Sé Catedral de Angra do Heroísmo
Monumentos
Em pleno Atlântico, uma igreja renascida.
A Igreja do Santíssimo Salvador da Sé é um templo imponente, construído a partir de 1568 para sede do bispado da cidade de Angra que fora instituído em 1534 pelo Papa Paulo III, uma vez que a igreja então existente era demasiado modesta para esse fim.
A cidade de Angra do Heroísmo, na ilha Terceira, onde se situa, desenvolveu-se bastante a partir do século XVI, passando a ser escala obrigatória para as carreiras marítimas de naus da Mina, Índia e Brasil. Aliás, o legado arquitetónico e paisagístico único da cidade conferiram-lhe a classificação de património mundial pela UNESCO.
A primeira pedra foi lançada em 1570. Com traçado inicial do arquiteto Luís Gonçalves, os trabalhos prolongaram-se por 48 anos.
É considerada a maior igreja de todo o arquipélago dos Açores. A fachada principal é constituída por uma galilé, por um alto frontão com relógio (ali colocado em 1782), campanário e duas torres sineiras laterais, com os coruchéus revestidos por azulejos azuis e brancos dispostos em espinha.
No interior, com três naves divididas por arcaria em pedra, destaca-se a capela-mor com ábside circular e a abóbada de pedraria sustentada por colunas jónicas. Merece destaque o valioso frontal do altar-mor em prata lavrada do século. XVIII e os azulejos polícromos. Nas capelas laterais podem encontrar-se diversos altares, alguns deles dedicados ao culto mariano, sobressaindo o de Nossa Senhora dos Anjos, onde se encontra uma imagem de Nossa Senhora da Conceição datada do século XVII.
Na sacristia, deve referir-se o mobiliário em pau-brasil e jacarandá e uma valiosa coleção de pintura, escultura e alfaias religiosas, entre as quais se encontra o magnífico pontifical oferecido pelo rei D. João V.
A Sé de Angra ficou severamente danificada com o terramoto de 1 de janeiro de 1980, e mais tarde com um incêndio ocorrido na madrugada de 25 de setembro de 1983. Nessas catástrofes, perdeu-se um vasto espólio artístico, sobretudo de decoração barroca. No entanto, o templo reedificado conserva os atributos da sua dignidade. Em 1993, passou a dispor de um grande órgão e continua a ser o fulcro da vida cívica em Angra do Heroísmo, com os sinos e o relógio a marcarem o quotidiano dos angrenses.
9700 Angra do Heroísmo