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A noite em Lisboa e no Porto

Lx Factory
Local: Lisboa
Foto: Lx Factory
Foto: Lx Factory

Portugal visto por... Condé Nast Traveler

Quando o crepúsculo estende o seu manto sobre a cidade das Sete Colinas, quando a ladainha dos queixumes dos eléctricos começa a deixar de se ouvir, Lisboa prepara-se para mostrar a sua faceta mais versátil e eclética
. Isto porque a noite na capital portuguesa está repleta de possibilidades capazes de satisfazer o noctívago mais exigente: esplanadas chill out de onde pode contemplar a paleta mágica de cores do céu ao anoitecer, dançar nas discotecas de música eletrónica mais recente da Europa, encontrar-se com os artistas num espaço industrial ao mais puro estilo berlinense ou impregnar-se na cultura portuguesa do fado e a “saudade” em casas de fado tradicionais mas modernizadas. Tudo isto é possível nesta cidade, melancólica durante o dia, mas alegre e vibrante como poucas durante a noite.

Cais do Sodré, a noite vadia
Uma antiga zona pejada de bares de alterne e casas de jogo onde os marinheiros procuravam uma noite de deleite e um par de braços onde se perderem após meses de dura travessia, agora transformada num dos locais noturnos mais ativos da capital lisboeta.

O epicentro deste antigo “Red Light District” é a Rua Nova do Carvalho, uma rua cujo asfalto pintado com um provocador rosa berrante acolhe uma variedade de locais insólitos e originais onde pode assistir a um espectáculo burlesco, beber um cocktail cujo nome escandalizaria as nossas mães (como o “puta fina”), comer umas tapas portuguesas entre bebidas ou assistir a uma inovadora actuação musical ao vivo.

Sobre o asfalto cor-de-rosa a noite é vulgar, sensual e original mas também polivalente e diversa. Um dos seus expoentes máximos é a Pensão Amor, um antigo hotel cujos quartos eram alugados à hora pelas prostitutas e pelos marinheiros e que foi convertido num espaço multidisciplinar onde convivem, entre outros, uma livraria erótica, uma loja de roupa interior sexy, um cabeleireiro (Facto Fetish) que corta o cabelo a “estudantes, marinheiros e transeuntes” e um bar artístico. No seu animado café é possível fazer de tudo, desde contemplar as pinturas do teto que emulam as da Capela Sistina propriamente dita até beber um bom cebiche peruano e um copo de vinho.

Bairro Alto: a primeira bebida
Um bairro castiço como poucos e sem dúvida o local de encontro preferido para beber o primeiro copo desde há décadas. Nas animadas ruas calcetadas deste bairro lisboeta a tradição manda pedir uma caipirinha ou uma caipirosca e beber no meio da rua, aproveitando as temperaturas amenas (ainda que mesmo no tempo frio o ritual seja cumprido com a mesma precisão matemática).

Na Rua da Barroca, o Clube da Esquina (Rua da Barroca 30-32), um bar de culto, serve, dizem, os melhores mojitos da cidade.

Para além de caipirinhas e da boa música, o Bairro Alto oferece outras atrações para animar as noites quentes: várias boutiques de designers e “concept stores” mantêm as portas abertas até altas horas da madrugada.

E para as noites de verão, nada melhor do que uma das esplanadas de um qualquer hotel próximo como a Esplanada BA do Hotel Bairro Alto. Este local, premiado com a quarta melhor vista do mundo de uma esplanada de hotel, oferece uma panorâmica impressionante da cidade com o rio Tejo como pano de fundo exclusivo.

LX Factory, a Lisboa hipster
É a nova meca da cultura alternativa e boémia de Lisboa, o local preferido de intelectuais, artistas, e/ou todos os que procuram algo original e diferente. Debaixo da ponte 25 de Abril, em pleno bairro da Alcântara, este complexo que albergou no século XIX uma das zonas industriais fabris mais importante da cidade (foi sede da Companhia de Fiação e Tecidos Lisbonense) foi transformada numa verdadeira fábrica experimental.

Batizada de LX Factory (LX corresponde às siglas de Lisboa) compreende 23.000 m2 de edifícios até há pouco tempo abandonados e onde se fundem perfeitamente a criatividade e o espírito industrial da zona. Trata-se de uma verdadeira cidade dentro da cidade. Durante o dia, é um vibrante centro repleto de lojas, cafés, e restaurantes, oficinas de artistas e empresas. Durante a noite é um catalisador das tendências mais vanguardistas e dos sons mais alternativos. Não esteja à espera de decorações sofisticadas, aqui o decadente e o industrial são as marcas da casa.

A sensação da temporada é o Funky (Edifício H), um espaço onde é possível beber e ouvir música de DJ ao vivo, recentemente aberto por um dos históricos da noite lisboeta, Hernâni Miguel.

Alfama, a experiência do fado modernizada
Não há nada mais português do que o melancólico e profundo canto do fado que nasceu, ao que parece, numa taberna do bairro de Alfama. Corria o século XIX e os acordes nostálgicos e sofredores de uma música que cantava o desamor e a saudade transformaram-se num dos ícones dos portugueses. Actualmente, o fado permanece indissociável da essência de Alfama e é aqui, entre quelhos, calçadas e edifícios mouriscos descascados onde é possível encontrar os melhores sítios para o ouvir.

Recentemente surgiu uma nova geração de casas de fado que, sem perder a sua essência, oferecem uma experiência folclórica mais atualizada, de melhor qualidade e muito mais lúdica. Estes templos do fado são cada vez mais frequentados pelos próprios lisboetas e por um crisol de artistas e jovens profissionais que procuram um pedaço da alma portuguesa.

Um dos nossos favoritos é o Sr. Fado (Rua dos Remédios 176, Alfama), propriedade da fadista Ana Marina e do violista Duarte Santos, onde é possível apreciar uma gastronomia tradicional portuguesa fantástica, ao mesmo tempo que se ouve bom fado. Ambiente familiar, hospitalidade e um ambiente perfeito para compreender um pouco mais da cultura lusa.

Avenida 24 de julho e Santa Apolónia, a hora do Clubbing
Desde os anos 90 Lisboa goza de uma merecida reputação como uma das cidades europeias de vanguarda em matéria de clubbing. A cidade oferece um vasto repertório de opções que vai desde os que oferecem uma sonoridade lounge, house ou eletrónica. A Avenida 24 de Julho e Santa Apolónia são os pontos quentes do “dancing” mais moderno na capital lisboeta.

Em Santa Apolónia encontra-se o Lux que encabeça há anos os rankings europeus das discotecas mais reputadas. E se há algo que não falta a este espaço são provas dadas: um dos seus donos é o actor John Malkovich e foi visitado, entre muitos outros, por estrelas do cinema e da música como Cameron Diaz e Prince. Móveis de estilo funky e retro completam a impressionante decoração do interior que se divide em dois ambientes bastante distintos: no piso inferior, a diversão e o ritmo de dança na pista fica a cargo de DJs conhecidos que misturam a música mais recente; no piso superior a atmosfera é muito mais relaxada, ideal para uma bebida em boa companhia. Filas à entrada e uma selecção rigorosa são os inconvenientes daquele que é provavelmente o sítio de referência da cena noturna em Lisboa.

Em relação à Avenida 24 de Julho, importa destacar a “Main” que substituiu a mítica "Kapital" que durante mais de duas décadas reinou na noite lisboeta. Público jovem (20s e 30s) e fins-de-semana intensos num local reinventado em vários espaços e ambientes.

Príncipe Real: a movida gay lisboeta
Portugal transformou-se em 2010 no sexto país europeu a aprovar o casamento entre pessoas do mesmo sexo. Desde então, a capital lisboeta celebra com entusiasmo o seu “orgulho gay” com a abertura de vários espaços dedicados a este público, uma comunidade que marca o mundo artístico e profissional e uma atmosfera que brinda com efusividade à tolerância e ao respeito. Para alguns, Lisboa é já um dos principais destinos da comunidade gay.

A zona do Príncipe Real é o centro nevrálgico desta nova movida na capital onde recentemente foram inaugurados vários locais dedicados a este público. Uma das ruas adjacentes à praça, a Rua Cecílio De Sousa, foi batizada como a “Chueca” de Lisboa.

É precisamente nesta rua que se encontra a discoteca “Construction”. Este clube, dirigido principalmente ao segmento de público conhecido por “Bears”, teve uma grande aceitação em toda a comunidade gay e é atualmente frequentado por um público diverso e heterogéneo.

A NOITE NO PORTO
A renovada oferta noturna portuense representa uma combinação perfeita entre o entusiasmo extravasante dos seus habitantes pela arte e pelo design e os ritmos frenéticos de uma noite vibrante e interminável. Na antiga cidade do Douro a noite é efervescente, mágica e acima de tudo social. Aqui nunca se sentirá sozinho, os portuenses fazem jus à sua merecida reputação de gente hospitaleira e noctívaga e estão prontos a revelar os segredos de um dos panoramas noturnos mais excitantes do país luso.

Baixa, a mais recente revolução noturna
Esta zona da cidade tinha sido até não há muito tempo completamente ignorada e esquecida pelos noctívagos, agora transformou-se numa das zonas de maior excitação vespertina do Porto. A Baixa, que ocupa o centro histórico, com monumentos tão representativos como a Estação de S. Bento ou a Torre dos Clérigos, é actualmente o epicentro da nova animação portuense, graças ao impulso de um grupo de artistas e empresários determinados a dar um novo ar à zona histórica da cidade.

A vida noturna gravita à volta de duas ruas paralelas entre si, a Rua Galeria de Paris e a Rua Cândido dos Reis. Distribuídos por ambas as ruas, existem dezenas de bares procurados pelos que chegam para o primeiro copo: vários tipos de caipirinhas, cocktails reinventados à base do Vinho do Porto ou simplesmente uma Super Bock (a cerveja da cidade e um dos grandes orgulhos portuenses) são as preferências dos habitantes locais. Um dos bares mais populares, o Bar Baixa (Rua Cândido dos Reis, 52), recria um ambiente de boémia parisiense, elegante e sensual em cujo balcão o Cosmo Porto, uma sábia combinação de vinho do Porto, cointreau e sumo de frutos vermelhos faz as delícias da clientela.

À medida que a noite avança, a música começa a tornar-se mais sofisticada, reggae, house, ou electro e as pistas de dança começam a encher. Não é necessário andar muito, várias casas na zona oferecem programas onde a música e a arte combinam perfeitamente. Um dos mais concorridos é o PLANO B (Rua Cândido dos Reis 30). Situa-se numa antiga fábrica têxtil e é um dos clubes mais inovadores da cena portuense. Este espaço multidisciplinar foi inaugurado em 2007 com um objetivo muito claro: criar um novo centro de animação e cultura na zona da Baixa. De decoração retro, o lugar está dividido em dois pisos. Na parte superior existe uma sala para exposições de arte e um café com wi-fi. Na parte inferior existem diferentes espaços que oferecem um programa ecléctico, com actuações musicais dos mais variados géneros e outras expressões artísticas.

Ribeira, a alma do Porto
Com a sua amálgama de calçadas medievais, os seus edifícios decadentes de cor ocre e o seu ambiente castiço, a Ribeira, banhada pelo rio Douro, é a imagem mais fotogénica do Porto e um dos locais mais fascinantes da cidade. Qualificada pela UNESCO como património da humanidade, não há como sentar-se numa das suas muitas esplanadas ao entardecer e com um bom vinho na mão (de preferência vinho do Porto) contemplar os barcos que descem calmamente o rio, passando por debaixo da impressionante ponte D. Luis I, que liga esta zona a Vila Nova de Gaia, obra de um dos discípulos de Gustav Eiffel.

A Ribeira é o sítio perfeito para começar a noite num dos seus muitos bares situados nas margens do rio. O Wine Quay Bar (Muro dos Bacalhoeiros, 111 e 112), que possui uma vista privilegiada sobre o Douro é, de acordo com o Trip Advisor, o bar-restaurante mais popular do Porto. Gerido por Filipa Fernandes, pertence a esta família há mais de cem anos e conseguiu aliar no mesmo espaço a tradição familiar e um conceito inovador de origem inglesa chamado “wine by the flight” que permite provar três vinhos diferentes da região.

Mais tarde encontraremos bares com horários mais alargados, escondidos em locais improváveis ou em praças aparentemente desertas. E mesmo que a Ribeira seja um local para os que querem começar a noite cedo, começaram a surgir propostas para aqueles que optam por terminar a noite na margem do místico Douro, como o ANIKI BOBO (Rua de Fonte Taurina 36-38). Este espaço sofisticado de música e cultura alternativa está situado num edifício do século XVII cujo interior oferece três áreas com os seus diversos ambientes. O nome curioso tem origem no clássico do cinema português dos anos 30 com o mesmo título. É frequentado por uma clientela eclética e é um dos locais mais interessantes da cena noturna portuense.

Foz do Douro, dançar até de madrugada em frente ao Oceano
Esta zona exclusiva do Porto tem um ambiente “cool” e relaxado graças à sua localização privilegiada onde o rio Douro se encontra com o Oceano Atlântico. Nesta zona também podemos encontrar o Forte de São João Baptista, uma fortificação construída no século XVI para proteger a entrada no Porto por via fluvial. Salpicada por boutiques, tascas intemporais onde é possível deliciar-se com um bom peixe, restaurantes modernos e bares de estilo chill out, para “petiscar” algo a qualquer hora do dia, a Foz é também conhecida por albergar algumas das discotecas mais prestigiadas da cidade, o local ao qual acodem os amantes da noite à procura de um bom ambiente e de música para dançar até ao amanhecer.

Um dos locais de culto do Porto há mais de quinze anos é a Indústria, na Avenida Brasil 843. Restaurada recentemente, esta discoteca consegue atrair todos os fins-de-semana uma média de 1000 pessoas que dançam sem descanso na pista de dança, animadas por DJ’s nacionais e internacionais de renome.

Matosinhos e a Zona Industrial do Porto: a nova onda
A cidade de Matosinhos, próxima, é outro dos pontos de passagem favoritos dos noctívagos determinados a terminar a noite apenas quando o sol despontar no céu da manhã. Mesmo que tenha de se deslocar de carro ou táxi, a meia hora de trajeto justificará os esforços perante a diversidade da oferta de discotecas da zona. Ambientes variados (as noites temáticas são a especialidade, sendo que a Ladies Night, com entrada gratuita para elas, é uma das mais populares) e a clientela é heterogénea apesar da ênfase especial no público universitário.

Uma das referências noturnas de Matosinhos é o Estado Novo (Rua Sousa Aroso 722) projetada por Siza Vieira, autor entre outros do Museu de Arte Contemporânea da Fundação Serralves e um dos grandes arquitetos portugueses atuais. O espaço localiza-se por cima de uma antiga fundição e mantem alguns elementos do traçado original como uma ponte. Noites temáticas dedicadas aos mais jovens ou os próprios pais para um local onde as músicas electrónicas partilham o cenário com ritmos mais roqueiros.

Já fora da Foz e de Matosinhos, nos últimos anos a antiga zona industrial do Porto foi-se desenvolvendo como zona de discotecas e bares. Na Avenida Fontes Pereira de Melo localizam-se dois dos espaços mais populares, com estilos completamente diferentes: A Movida Beach, música afro-cubana, latina e brasileira para um local abarrotado, frequentado principalmente por universitários dispostos a tudo. Nessa mesma rua, apesar de ter como alvo um público mais maduro, encontramos a Vogue (com música house, principalmente).


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