Representa POIs do Tipo Museus Palacios
Museus e Palácios
Museu da Farmácia - Lisboa
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Inaugurado em junho de 1996, em Lisboa, o Museu nasceu a partir da intenção das Farmácias Portuguesas de preservar a história da sua profissão. Em 1981, todas as farmácias receberam um apelo, por parte da Direção da Associação Nacional das Farmácias, no sentido de doarem peças para se constituir uma coleção para o futuro Museu da Farmácia.
O entusiasmo manifestado pelos associados gerou um grande e representativo acervo da história da farmácia portuguesa; já entre 1997 e 2010, o Museu procurou constituir uma coleção representativa da história da farmácia mundial, reunindo uma coleção de exceção que é hoje uma referência a nível internacional.
No Museu são recriados espaços e ambientes que permitem ao visitante ver a evolução da farmácia portuguesa, desde o final do século XV até aos nossos dias, através de reconstituições de estabelecimentos verdadeiros – desde a antiga botica dos séculos XVIII até à Farmácia Liberal do início do século XX. Conta ainda com a reconstituição de uma farmácia tradicional de Macau, do final do século XIX, e de uma área dedicada à Farmácia Militar.
As peças são oriundas de civilizações e culturas tão distantes no tempo e no espaço, como a Mesopotâmia, o Egipto, a Grécia, Roma, os Incas, os Astecas, o Islão, o Tibete, a China, o Japão e, finalmente, a Farmácia Europeia desde a Idade Média até ao isolamento da penicilina. A exposição termina com a exibição de farmácias portáteis usadas no Space Shuttle “Endeavour” e medicamentos da Estação Orbital Mir.
1249-069 Lisboa
Atelier-Museu Júlio Pomar
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O Atelier-Museu tem por missão conservar, divulgar e aprofundar o conhecimento da obra de Júlio Pomar e fomentar o debate em torno da arte contemporânea, procurando abarcar a pluralidade de expressões para constituir o espaço. Adquirido pela Câmara Municipal de Lisboa em 2000, à altura um antigo armazém, foi requalificado por Álvaro Siza Vieira até 2010, altura em que Júlio Pomar o cedeu para ser um museu.
Neste equipamento, as mostras associam-se à estética do espaço e à luz que recorta os seus volumes. Integrado discretamente na arquitetura do bairro, o edifício é composto por dois pisos e apresenta área expositiva ao centro, duas reservas e zonas de serviço; a entrada dos visitantes faz-se por um pátio. Dispõe ainda um auditório com capacidade para 60 lugares.
As mostras parciais do vasto acervo são rotativas, a par de um programa de atividades práticas e teóricas que envolvem arquitetos, artistas, curadores, pensadores e público em geral. Também são exibidas com regularidade obras emprestadas que se consideraram inspiradoras na produção artística de Júlio Pomar.
O Atelier-Museu acolhe também exposições de outros artistas, da sua e de outras gerações, nacionais e internacionais, emergentes e consagrados, propondo um diálogo com o espaço e com a obra de Júlio Pomar.
1200–472 Lisboa
Sinagoga Medieval de Castelo de Vide
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O edifício que se acredita ter sido a antiga Sinagoga Medieval de Castelo de Vide encontra-se hoje musealizado e é um dos mais emblemáticos desta vila. Localizado no cruzamento da Rua da Judiaria com a Rua da Fonte, está orientado no sentido este-oeste. Não há certezas quanto à sua datação, apenas se supõe que deve remontar à época em que foi constituída a judiaria, no século XIV.
O conjunto é constituído por dois pisos: numa das divisões do piso superior situa-se o que terá sido o espaço de oração central, com um Hejal descoberto nos anos 70, que hoje é o centro do circuito expositivo. Aí, reuniam-se os homens da comunidade, enquanto uma divisão separada à direita era destinada aos membros do sexo feminino. Uma porta de acesso ao primeiro piso apresenta uma marca da Mezuzah; todas as portas são em ogiva, anteriores ao século XVI.
As restantes salas exibem uma coleção de peças sobre a história da comunidade judia em Castelo de Vide. Os trabalhos de restauro, consolidação e valorização do edifício da Sinagoga obrigaram à realização de várias sondagens, que permitiram recolher materiais arqueológicos.
O edifício teve profundas alterações no século XVI, coincidindo com o fim da liberdade de culto dos judeus em Portugal. Alterada e adaptada ao longo dos séculos, a Sinagoga passou ainda por obras de adaptação para residência, no século XVIII.
Museu Judaico de Carção
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O Museu Judaico de Carção é um pequeno espaço sobre a memória e a vida marrana (termo de origem espanhola, referente a judeus forçados a converterem-se ao cristianismo, mas que professavam a fé judaica em segredo) e a cultura dos criptojudeus que, afastados por imposição de um judaísmo ortodoxo, foram criando as suas próprias formas de religiosidade.
Tem destaque neste equipamento a recolha de materiais epigráficos e de uso doméstico, relacionados com o criptojudaísmo. Destaca-se um lintel com um Leão de Judá esculpido, salvo de um edifício em ruínas.
É também dado destaque a uma muito significativa recolha de orações que os judeus de Carção faziam, nos séculos XVI a XVIII.
Um longo memorial elenca os nomes dos habitantes de Carção que a Inquisição prendeu e penitenciou.
Museu Judaico de Belmonte
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O Museu Judaico de Belmonte foi inaugurado em 2005; este equipamento cultural sobre a herança e a identidade judaicas conta com uma exposição centrada na vivência do judaísmo em Belmonte, nas formas criadas pelas práticas escondidas por medo.
Orações, utensílios e hábitos são a forma de transmitir a mensagem fundamental: trata-se de um museu de uma comunidade viva, que age, pensa e equaciona o judaísmo na primeira pessoa.
Com um espaço para conferências e debates, o museu é mais do que um lugar de visita, é também um espaço aberto à reflexão, onde inúmeras iniciativas culturais e académicas visam promover o conhecimento sobre a cultura, o património e a religião judaica.
Museu Damião de Góis e das Vítimas da Inquisição
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A Igreja de Santa Maria da Várzea é hoje Museu Damião de Góis e das Vítimas da Inquisição, dedicado à importância da comunidade judaica em Alenquer, fazendo uma homenagem à memória dos que lá faleceram. O espaço é um dos mais importantes dedicado às vítimas da perseguição religiosa e da intolerância cultural em Portugal.
Por um lado, os judeus residentes em Alenquer foram acusados de terem ateado um incêndio que consumiu aquele templo religioso, o que levou à sua expulsão da vila no final do século XV, depois de terem sido condenados a reedificar a igreja.
Damião de Góis (1502-1574), nascido e falecido em Alenquer, jaz sepultado na Igreja. Foi o mais importante Humanista português, um hóspede de Erasmo de Roterdão e alto funcionário régio, tendo viajado por toda a Europa ao serviço do Rei de Portugal. No final da sua vida, foi preso, pela Inquisição, pelo seu pensamento e não por ser judaizante. Acusado de ter aderido às ideias de Lutero, apenas foi libertado quando o seu estado de saúde já estava irrecuperável.
Memorial e Centro de Documentação Bragança Sefardita
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O Memorial e Centro de Documentação Sefardita é um equipamento que complementa e dialoga com o Centro de Interpretação da Cultura Sefardita do Nordeste Transmontano, um espaço, físico e virtual, de reencontro de uma sociedade que quer conhecer o passado. O circuito expositivo centra-se na prática religiosa e na vida familiar e comunitária, e tem um cariz essencialmente didático: as vivências quotidianas são o centro do que se pretende transmitir.
O percurso inicia-se com o acolhimento numa pequena sinagoga (piso -1), reconstituindo-se assim, o espaço de culto religioso judaico, que está aberto aos visitantes para praticar alguns dos rituais. A par da dimensão religiosa, a dimensão expositiva fornece informação sobre a própria sinagoga, a natureza da reunião e da comunidade, os seus ritmos e o calendário religioso e a centralidade do Texto Sagrado, a Torah.
O lugar da mulher, os ritos e as festas também são abordados (piso 1), dando-se destaque aos gestos e ritos quotidianos, familiares. Vídeos exibem encenações de rituais Sefarditas.
No último piso (piso 2), existe um arquivo de memórias e um centro de documentação online, que ajuda à reflexão e investigação em torno da presença sefardita na região de Bragança, documentada desde o século XV. Todos os residentes e descendentes de sefarditas da região de Bragança podem aqui dar o seu testemunho e depositar memórias, tanto materiais como textuais.
5300-011 Bragança
Memorial aos Refugiados e ao Cônsul Aristides Sousa Mendes
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O Memorial aos Refugiados e ao Cônsul Aristides Sousa Mendes, inaugurado em 2017, mantém viva a memória de um passado recente de fronteiras fechadas, em que a um visto de entrada em Portugal correspondia uma vida salva. Trinta mil destes, entre os quais 10 mil a judeus, foram concedidos pelo cônsul português em Bordéus durante a II Guerra Mundial, Aristides de Sousa Mendes (1885-1954), que foi lembrado como um “Justo entre as Nações” pelo Yad Vashem em 1966.
O equipamento está instalado em dois antigos armazéns anexos à estação ferroviária de Vilar Formoso, importante vila fronteiriça de Portugal, que foi porta de entrada num país neutral na Guerra para os refugiados aos horrores do Holocausto. Testemunhos descreviam a localidade como acolhedora, onde os migrantes eram recebidos com gigantes panelas de sopa, pão e alojamento. Os dois armazéns da estação ferroviária encontram-se agora ligados por um corpo escuro, que contrasta com o branco das paredes exteriores de ambos os edifícios, desenhados como sendo o fragmento de uma suástica.
São apresentados ao visitante seis núcleos expositivos: “Pessoas como nós”, “Início do pesadelo”, “A viagem”, “Vilar Formoso, Fronteira da Paz”, “Por terras de Portugal” e “A partida”. No primeiro armazém, é possível ver imagens de famílias judias a passear ou a brincar nas ruas e em parques de Viena. Ao longo da visita veem-se vídeos, fotografias, textos e cartazes que testemunham as transformações na Alemanha e na Europa, desde a chegada de Hitler ao poder, em 1933, até 1940, quando Portugal recebia a grande vaga de migrantes. No segundo armazém, o único que já existia à época da Guerra, as paredes, de azul-claro recriam o céu azul descrito com emoção por aqueles que conseguiam chegar a Vilar Formoso.
Espaço Memória dos Exílios
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Inaugurado em 1999, o Espaço Memória dos Exílios preserva a memória de todos os que encontraram em Cascais e no Estoril um “porto de abrigo” durante as diversas guerras que devastaram a Europa no século XX, especialmente os judeus fugidos ao regime nazi.
O equipamento funciona, simbolicamente, no piso superior da Estação dos Correios, local onde se davam e recebiam notícias de família. Localizado no centro do Estoril, é um edifício exemplar do modernismo português, construído em 1942 e da autoria do arquiteto Adelino Nunes.
Alberga um núcleo expositivo permanente constituído por documentação de arquivo, fotografias, objetos de época, material de referência e uma biblioteca especializada. Com o objetivo de estudar a presença destes refugiados, o trabalho centra-se, especialmente, na sistematização das dezenas de milhares de fichas de refugiados, que eram enviadas pelos hotéis da zona para a polícia política do regime e que foram preservadas até aos dias de hoje.
Centro de Interpretação da Cultura Judaica Isaac Cardoso
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Edifício de arquitetura contemporânea, o Centro de Interpretação da Cultura Judaica Isaac Cardoso encontra-se situado na antiga judiaria de Trancoso e homenageia o médico judeu nascido na localidade em inícios do século XVII; Cardoso tornou-se Físico-Mor da Corte de Madrid e acabaria por se refugiar em Verona, Itália, devido à perseguição religiosa.
Este centro tem como missão preservar o legado judaico da região e constitui-se como um espaço de estudo, reflexão e conhecimento da presença hebraica nesta cidade. Integra salas de exposições temporárias, um memorial das vítimas da Inquisição, com os 515 nomes dos presos de Trancoso, e uma Sinagoga, denominada Beit Mayim Hayim - Casa das Águas Vivas.
A Sinagoga, que tem na Sinagoga de Tomar a sua inspiração mais evidente, é toda feita de madeira, contrastando com todo o restante edifício em granito. Tal como com a estilização das quatro colunas, representando as Matriarcas de Israel, todo o revestimento das paredes nos aponta para o teto onde uma trama construída com caixas de luz representa as Doze Tribos de Israel.
Em 2013, o Centro de Interpretação da Cultura Judaica Isaac Cardoso recebeu um Sefer Torah (Rolo da Torah ou da Lei), que regressou assim a Trancoso mais de 500 anos após a expulsão dos judeus decretada pelo rei D. Manuel I, em 1496, e posterior conversão forçada, e pela Inquisição que dizimou a comunidade judaica trancosense da altura.