Monumentos

Uma igreja renascentista no Cabo do Mundo.

Quando se entra no complexo da Fortaleza de Sagres, estrategicamente situada num promontório de onde se avista a navegação marítima no eixo Atlântico-Mediterrâneo, penetra-se primeiro num corredor abobadado que dá acesso à Praça de Armas. Ao fundo, do lado direito, ergue-se um templo dedicado a Nossa Senhora da Graça, que se supõe ter sido edificado sobre uma anterior Igreja de Santa Maria ali existente no século XV, e ligada ao Infante D. Henrique.

A influência renascentista faz-se notar no portal do frontispício. O espaço de planta longitudinal é composto por nave abobadada e capela-mor, com cúpula semiesférica. O retábulo de talha dourada, em estilo barroco, foi trazido em 1997 da capela de Santa Catarina do forte do Belixe para albergar a imagem da padroeira do local. A frontaria do altar exibe um painel de azulejos renascentista com cenografia ligada à eucaristia, e onde se podem admirar árvores, aves, elefantes e antílopes. Nos nichos laterais há estátuas de São Vicente e de São Francisco.

Além da Igreja de Nossa Senhora da Graça – cuja romaria decorre anualmente a 15 de agosto – o conjunto edificado existente no interior da Praça de Armas inclui a cisterna henriquina, a «correnteza» (os antigos edifícios da primitiva «Vila do Infante», posteriormente reconvertidos em aquartelamentos, e a casa dos governadores militares, três dos quais estão sepultados na igreja), a denominada «rosa-dos-ventos», o antigo armazém e cavalariça (reconvertido no atual auditório) e um conjunto de baterias munidas de canhões, dispostas em torno de todo o promontório.

Após ter sido reabilitada no seguimento do terramoto de 1755, a Fortaleza de Sagres perdeu a sua função militar no início do século XX, sofreu intervenções de restauro na década de 1960, no âmbito das comemorações dos 500 anos da morte do Infante Dom Henrique, e durante a década de 1990 foi alvo de uma outra intervenção de regeneração.