Sugestões
Oceanos de Diálogo
Oceanos de Diálogo na Expo Osaka Kansai 2025
Portugal tem muito a oferecer na Expo Osaka Kansai 2025. Será uma oportunidade para descobrir o país, fortalecer laços culturais e celebrar a histórica conexão entre Portugal e o Japão. A mascote portuguesa UMI, um cavalo-marinho cujo nome significa “mar” em japonês, vai guiá-lo numa viagem em que os mares ligam os dois países.
Oceano: Diálogo Azul
Na Expo Osaka, o pavilhão português tem como tema “Oceano: Diálogo Azul”, em homenagem aos oceanos que há séculos ligam Portugal e o Japão, celebrando uma história de intercâmbio e de influências cruzadas, desde a chegada dos navegadores portugueses ao Japão, no século XVI, até aos dias de hoje.
Portugal: Um destino para todos os sentidos
Em Portugal, o património conta séculos de história nas suas cidades e monumentos, a natureza estende-se das montanhas às praias banhadas pelo Oceano Atlântico e a gastronomia reflete tradição e inovação, enquanto os vinhos destacam a excelência do país. Por tudo isto, é um destino de bem-estar, onde cada experiência se torna memorável.
O ikigai, que no Japão representa a razão de ser e a motivação diária, encontra-se em Portugal na valorização do património, no desenvolvimento sustentável e na construção de um futuro inovador. Também a curiosidade - kokishin - é comum a Portugal e ao Japão. O espírito de descoberta e de exploração tem marcado a história de ambos os países e continua a inspirar novas ligações e aprendizagens. É esta ligação ao oceano e a constante busca pelo conhecimento que são representadas pela mascote portuguesa UMI.
UMI
Um roteiro de inspiração japonesa em Portugal
Faça um roteiro de inspiração japonesa em Portugal e visite os locais em que o testemunho das duas culturas continua presente.
Em Lisboa, o Museu do Oriente é um espaço de referência para compreender a relação deste país ocidental com o Oriente. Fique a conhecer os biombos Namban, que fazem parte de um conjunto de obras de arte que ilustram os primeiros encontros entre portugueses e japoneses, além de outras peças que refletem a troca comercial e cultural entre as duas nações.
Em Belém, descubra o Pavilhão da Ásia, no Jardim Botânico Tropical, onde se encontram peças e elementos decorativos de diferentes culturas asiáticas, do Japão à China. É um ótimo espaço para quem quer saber mais sobre a influência asiática em Portugal. Anualmente, o Jardim Vasco da Gama recebe a Festa do Japão, evento que celebra a cultura nipónica com exibição de artes marciais, caligrafia, origami, espetáculos musicais, cosplay e gastronomia japonesa.
A visita ao Museu Nacional de Arte Antiga é obrigatória. A grande coleção de arte oriental inclui objetos de porcelana, pinturas e peças de mobiliário que testemunham o intercâmbio entre Portugal e o Oriente durante a época das Descobertas.
No Bairro Alto, passe pela Casa Ásia, situada no Largo Trindade Coelho, entre a Igreja e o Museu de São Roque. Este espaço oferece uma perspetiva envolvente sobre a cultura asiática em Portugal e está totalmente adaptado a visitantes com deficiência visual e auditiva.
Imperdível, a Fundação Calouste Gulbenkian acolhe um importante acervo de arte japonesa, incluindo cerâmicas de Arita e pinturas que evidenciam a influência e sofisticação da arte nipónica.
Biombo Namban - Museu Nacional de Arte Antiga ©José Pessoa
No Alentejo, se quiser explorar a ligação do sul de Portugal ao Japão, passe por Évora e pelo Paço Ducal de Vila Viçosa, dois lugares visitados por quatro japoneses convertidos ao Cristianismo pelos Jesuítas, no século XVI. Na Sé de Évora, maravilhe-se com a imponência do órgão de tubos japonês, um património nacional com séculos de história e que foi tocado pelos primeiros príncipes que vieram do Japão para a Europa.
Numa viagem aos arquipélagos portugueses, considere uma passagem pelo Jardim Botânico José do Canto, em Ponta Delgada, nos Açores, para admirar as espécies botânicas japonesas, como o mirtilo-japonês e a gingko biloba, que também refletem a troca botânica entre as culturas oriental e ocidental ao longo dos séculos. Por sua vez, na Madeira, no Jardim Tropical Monte Palace, no Funchal, encontra o painel “A Aventura dos Portugueses no Japão”, composto por 166 azulejos que contam a história deste intercâmbio comercial entre as nações. Deixe-se envolver pela vegetação exótica, os bambus e as estátuas budistas em pedra.
Jardim Tropical Monte Palace ©Rumman Amin - Unsplash
Se deseja vivenciar ainda mais o espírito japonês em Portugal, participe nalguns dos mais icónicos eventos anuais que celebram a cultura a rigor e que atraem fãs de todas as idades. O Amadora BD, embora focado em banda desenhada, destaca-se pela presença de manga e anime. Por sua vez, o Iberanime, que se realiza em Matosinhos, é um evento dedicado exclusivamente à cultura japonesa, com concursos de cosplay, workshops e áreas temáticas sobre anime e tradições nipónicas. Já a Comic Con Portugal, em que a cultura pop se mostra e destaca, poderá apreciar anime e manga, entre as muitas atrações.
Como se vê, a história das relações entre Portugal e o Japão manifesta-se em diversos espaços culturais e naturais. Em Osaka, no Pavilhão de Portugal, terá igualmente uma oportunidade única de explorar e compreender esta ligação entre os dois países.
Rota dos Vinhos do Tejo
A região onde se produzem os “Vinhos do Tejo” é uma vasta área atravessada pelo rio que lhe dá o nome. Muitos tons de verde marcam a paisagem e refletem-se no grande lençol de água que ciclicamente se expande para lá das margens, tornando mais férteis os campos em redor.
Ao percorrer o território, o Rio Tejo influencia o clima e os terrenos agrícolas, criando condições para o crescimento das vinhas em três terroirs distintos. A noroeste, entre o Vale do Tejo e os contrafortes das serras de Candeeiros e Montejunto, o “bairro” é uma área ideal para cultivar as castas tintas. Nas extensas planícies junto ao rio, sujeitas a inundações periódicas, o “campo” é a zona de excelência para a produção de vinhos brancos. Mais a sul, na margem esquerda, a “charneca” possui solos arenosos onde se produzem tanto vinhos tintos como brancos. A variedade de néctares da região é ainda completada pelos rosés, espumantes, frisantes e vinhos licorosos, em que são utilizadas castas como Fernão Pires, Arinto, Chardonnay e Sauvignon.
Vinhos do Tejo @ Gonçalo Villaverde
Pensa-se que a produção vinícola no Ribatejo remonte a épocas muito antigas, talvez a 2.000 a.C. Certo é que a região já era referida como produtora de vinhos no foral concedido a Santarém, em 1170, por D. Afonso Henriques, 1º Rei de Portugal (algumas décadas depois da fundação de Portugal, em 1143). Datam do séc. XII alguns dos monumentos mais importantes da região como o castelo e convento de Cristo de Tomar e os castelos de Santarém, Abrantes ou Torres Novas, os quais tiveram um papel preponderante na formação de Portugal e da nacionalidade. A riqueza do património histórico atravessa vários séculos e estilos com destaque para o gótico em Santarém.
Convento de Cristo © Shutterstok_kelifamily
A produção de vinhos nem sempre foi constante, tendo tido um grande impulso nas últimas décadas do século XX com o reconhecimento oficial que permitiu que as garrafas ostentassem as designações DOC (denominação de Origem controlada) ou IGP (indicação geográfica de proveniência).
Vinhos do Tejo @ Gonçalo Villaverde
Para conhecer a essência da região e os seus vinhos sugere-se um passeio pela Estrada Nacional 118, designada por Tejo Wine Route 118. Ao longo de cerca de 150 km na margem esquerda do rio Tejo, atravessa 7 concelhos: Abrantes, Constância, Chamusca, Alpiarça, Almeirim, Salvaterra de Magos e Benavente. Podem-se visitar diversos produtores para provar e comprar vinhos ou conhecer vinhas e adegas. Nalguns casos, proporcionam refeições e alojamento, que convém reservar antecipadamente, de forma a garantir disponibilidade ao melhor preço.
Vinhos do Tejo @ Gonçalo Villaverde
Neste território de fortes tradições agrícolas e pecuárias, uma das atividades com maior destaque é a criação de cavalos e touros, celebrada em eventos como a Feira do Cavalo, na Golegã, ou a Feira da Agricultura, em Santarém. A Arte Equestre tem tradições enraizadas e a equitação ou os passeios a cavalo são atividades que se podem experimentar. Os passeios de barco são outra sugestão, para observação de aves ou simplesmente para apreciar as vistas deslumbrantes sobre o rio e conhecer as aldeias piscatórias “avieiras”, como Escaroupim ou Palhota.
Rio Tejo @ Gonçalo Villaverde | Vinhos do Tejo
Nenhuma visita fica completa sem experimentar a saborosa gastronomia, em que se destacam pratos de carne e de peixe de rio. São acompanhados na perfeição pelos Vinhos do Tejo e complementados por doces deliciosos, como as Fatias de Tomar ou as Tigeladas de Abrantes.
Ferreira do Zêzere
Dedique uns dias a visitar Ferreira do Zêzere, para conhecer o património, histórias de Templários e dedicar-se às atividades ao ar livre na albufeira da Barragem de Castelo de Bode.
O rio Zêzere e a localização estratégica proporcionaram as condições para que a região fosse habitada desde tempos longínquos, como se pode observar nos vestígios arqueológicos desde a Pré-História, inscrições romanas e toponímia árabe. No séc. XII, o primeiro rei de Portugal, D. Afonso Henriques, doa as Terras de Riba-Zêzere, à Ordem dos Templários. No séc. XVI, D. Manuel elevou Ferreira do Zêzere a vila.
Situada no território templário do Médio Tejo, entre o rio e uma grande mancha florestal, Ferreira do Zêzere é uma vila tranquila, em que se destacam algumas casas apalaçadas e a Igreja Matriz de São Miguel.
Na povoação de Areias, destaca-se a Igreja de Nossa Senhora da Graça, uma igreja de origem medieval mandada ampliar pelo rei D. Manuel no séc. XVI. A galilé na fachada está atribuída a João de Castilho, um dos artistas que trabalhou no Convento de Cristo em Tomar.
Um dos maiores pontos de interesse do concelho é a aldeia de Dornes, uma península idílica junto ao rio, com a sua curiosa torre pentagonal e o Santuário de Nossa Senhora do Pranto, um dos mais antigos destinos de romaria e de culto mariano. Foi mandado construir por D. Gonçalo de Sousa, Comendador da Comenda Mor da Ordem de Cristo, em 1453, sobre uma igreja do séc. XIII, cuja construção tinha sido ordenada pela Rainha D. Isabel de Aragão, esposa do rei D. Dinis. No exterior, ao lado da igreja, a singular Torre Templária, de forma pentagonal, destinada a ser posto de vigilância e defesa do território durante a Reconquista Cristã.
Quem gosta de atividades ao ar livre, pode desfrutar da albufeira da Barragem do Castelo de Bode, onde existem áreas de lazer e praias fluviais que convidam a um mergulho nos dias mais quentes. As piscinas flutuantes da Praia Fluvial da Castanheira são muito apreciadas e pode fazer ski aquático, windsurf, canoagem, remo, SUP ou wakeboard, com o apoio do Centro Náutico. Na Praia Fluvial de Dornes é possível fazer passeios de barco.
Na gastronomia regional, referência para a Sopa de Peixe à Moda de Ferreira do Zêzere, os Bifinhos no Chapéu, o Cabrito assado, o Lagostim e peixe do rio. Na doçaria, vale a pena saborear as tigeladas e os bolos regionais “Bons Maridos” e “Boas Esposas”.
Campo Maior
Situada no Alentejo, perto da fronteira, Campo Maior encontra-se no meio de uma vasta planície que se estende por mais de 50 quilómetros, que os Romanos terão designado por “Campus Major”. Hoje em dia, é uma localidade de ruas tranquilas e casas caiadas de branco, onde vive uma população acolhedora.
É esta população que, quando junta vontades, faz acontecer uma das festas mais originais do país, que por esse motivo é chamada de “Festa do Povo ou das Flores”. Este evento realiza-se apenas quando o povo decide juntar-se e produzir milhares de flores de papel para decorar com muita imaginação mais de uma centena de ruas. Reconhecendo a sua singularidade foi classificado pela UNESCO como património cultural imaterial da Humanidade. É um espetáculo de cor e alegria que atrai milhares de visitantes, mas que não tem data nem periodicidade certa (a última edição teve lugar em 2015). Pode-se ficar a conhecer as suas origens e história na Casa das Flores (o Centro Interpretativo das Festas do Povo) ou visitando Campo Maior em agosto por ocasião do evento “Jardim de Papel” que dá um vislumbre do que se pode experienciar nas Festas do Povo.
Casa das Flores © Câmara Municipal de Campo Maior
Há muito mais para conhecer em Campo Maior. O passeio pode começar pelo castelo, que terá sido fundado pelos mouros. Teve um papel importante na defesa do território nacional, dada a sua localização estratégica junto à fronteira, sendo uma das principais praças-fortes da região. Situado num ponto alto é um local privilegiado para apreciar a vista sobre a vila e a zona que a envolve e que se poderá ficar a conhecer melhor visitando o Centro Interpretativo da Fortificação Abaluartada, um espaço que evoca os momentos e personagens que marcaram a História da vila.
Castelo de Campo Maior © Câmara Municipal de Campo Maior
Apesar desta origem antiga, a maior parte dos edifícios do centro histórico é de fundação posterior ao século XVIII já que em 1732 uma explosão no paiol da Praça-forte destruiu cerca de dois terços da antiga vila medieval. Depois deste evento trágico, a vila reergueu-se e há diversos edifícios notáveis que vale a pena conhecer como a Igreja Matriz, maneirista, dedicada a Nossa Senhora da Expectação (séculos XVI-XVII), a Igreja de São João Baptista (séc XVIII), o Museu de Arte Sacra que possui uma vasta coleção recolhida em várias igrejas do concelho ou a singular Capela dos Ossos. Também merece visita a Casa-Museu Santa Beatriz da Silva dedicada à primeira santa portuguesa, nascida em Campo Maior e fundadora da Ordem da Imaculada Conceição.
Campo Maior © Câmara Municipal de Campo Maior
Obrigatória é a visita ao Centro de Ciência do Café, instalado na maior torrefação da Península Ibérica onde se conta a história desta indústria no concelho, desde os tempos do contrabando até à atualidade. Nesta zona há outros produtos que se destacam, como o vinho, recomendando-se a visita à Adega Mayor, um edifício notável da autoria do arquiteto Siza Vieira, ou o azeite que é celebrado no Lagar Museu do Palácio Visconde de Olivã, um espaço que mostra as várias etapas da sua produção começando na apanha da azeitona até à sua transformação final.
Nas redondezas, a cerca de 10 kms de Campo Maior, situa-se a povoação de Ouguela cujo Castelo conserva as características de uma praça-forte fronteiriça e onde se podem visitar também a Casa do Governador e a Cisterna. Para momentos de lazer, nada como a albufeira do Caia situada a cerca de 5 km de Campo Maior. Este grande espelho de água, o maior do distrito de Portalegre, oferece excelentes condições para a prática de diversos desportos náuticos, ou simplesmente para relaxar com vistas deslumbrantes.
500 anos de Camões
Portugal, onde o amor e o mar são eternos
Embarque numa viagem que comemora os 500 anos do nascimento do célebre poeta Luís Vaz de Camões. Descubra o espírito intemporal do país, onde a tradição e mudança convivem em harmonia. Sinta a intensidade do amor e a vastidão do mar que inspiraram os versos de Camões.
Camões e o mar
Portugal é uma porta de entrada para o Atlântico, onde o mar é tão parte da vida como a própria terra. O ritmo das ondas, o horizonte e a brisa salgada foram as mesmas forças que inspiraram as obras de Camões. Em «Os Lusíadas», Luís de Camões descreveu a partida das naus portuguesas de Lisboa para a Índia, mas poderá sentir o mesmo espírito de descoberta noutros locais à beira-mar, como em Sagres, onde outrora os navegadores encaravam o desconhecido, ou em Sines, onde nasceu Vasco da Gama, figura histórica e personagem central do poema épico de Camões.
Tal como para os navegadores, Portugal oferece inúmeras oportunidades para os amantes da natureza e da aventura. Desde surfar nos vários spots de norte a sul do país, a velejar ao longo da costa portuguesa, existe uma forma de cada viajante viver esta relação entre Portugal com o mar, onde oceano não é apenas cenário; é uma presença, um lembrete do seu papel na construção da história.
Os caminhos do poeta
Para os amantes da literatura, Portugal oferece uma viagem no tempo, onde cada vila e cada monumento revela histórias e homenagens ao célebre poeta. Lisboa, onde Camões viveu e morreu, é o ponto de partida perfeito para uma jornada em busca das suas memórias.
No coração da cidade, há lugares como a Biblioteca Camões, situada no Largo do Calhariz, onde o nome do poeta é celebrado através de um acervo cultural que mantém viva a sua herança. No Miradouro de Santa Catarina, conhecido como Miradouro do Adamastor por causa da escultura do gigante personificando o Cabo das Tormentas que aí se encontra, é um símbolo das forças da natureza que Camões descreveu com tanto vigor. Muito próximo, no Largo Luís de Camões, ponto de encontro no charmoso bairro do Chiado, uma estátua presta homenagem ao poeta, imortalizando o seu contributo para a literatura portuguesa.
Na Baixa, ao caminhar pela Rua das Portas de Santo Antão, entre no Pátio do Tronco, onde Camões foi preso, lugar marcado por um painel de azulejos que o homenageia. Subindo a Calçada de Santana, encontrará a casa onde se crê que Camões tenha vivido os seus últimos dias, no nº 139.
A caminho do bairro de Belém, visite o Museu Nacional de Arte Antiga que abriga uma excecional coleção de arte portuguesa, incluindo pinturas, esculturas e artes decorativas dos períodos medieval e renascentista. Dedique algum tempo para apreciar as obras que retratam cenas dos «Lusíadas» e ganhe uma apreciação mais profunda das representações visuais do épico de Camões.
Em Belém, o Mosteiro dos Jerónimos é uma obra-prima arquitetónica e um símbolo das descobertas marítimas portuguesas. Construído em estilo manuelino, este Património Mundial da UNESCO está intimamente ligado à obra de Camões, «Os Lusíadas». Reserve um tempo para apreciar os detalhes na fachada e explore o seu belo interior, incluindo o túmulo de Luís de Camões e de Vasco da Gama.
A poucos passos do Mosteiro dos Jerónimos, encontra-se a icónica Torre de Belém que outrora guardava a entrada do porto da cidade. Este local testemunhou as partidas e chegadas de muitos dos navegadores mencionados em "Os Lusíadas". Suba até ao topo para desfrutar da vista panorâmica sobre o Rio Tejo e refletir sobre a importância histórica do passado marítimo de Portugal. Não deixe também de subir ao Padrão dos Descobrimentos, voltado para o Rio Tejo, que celebra as grandes figuras da era das viagens marítimas, onde Camões também está representado.
Embora Lisboa seja o local mais frequentemente apontado como a sua cidade natal, há quem defenda que Camões nasceu em Chaves. O roteiro camoniano desta cidade passa por vários locais de destaque histórico e cultural, incluindo a Praça de Camões, o Museu da Região Flaviense – instalado no Paço dos Duques de Bragança, preserva a história local e o possível legado do poeta na região – e a Torre de Menagem do antigo castelo medieval, um ponto de observação e memória que remete para o contexto histórico em que viveu e escreveu.
Acredita-se também que Camões tenha estudado em Coimbra, talvez no Mosteiro de Santa Cruz, onde se formaram alguns dos maiores pensadores da época. Coimbra, com o seu ambiente universitário, nas margens do Mondego, reflete o espírito de juventude e descoberta que marca os primeiros anos do poeta. Percorrer esta cidade é voltar ao tempo em que o poeta dava os primeiros passos na literatura e no pensamento.
A memória de Camões encontra-se ainda em vilas como Constância, onde dizem que terá vivido. Ao passear pelas ruas estreitas desta zona ribeirinha, sentirá que recuou no tempo, rodeado pelas mesmas paisagens e arquitetura que inspiraram os seus versos. Anualmente no dia 10 de Junho realizam-se as «Pomonas Camonianas», festas que retratam a época em que viveu o poeta, prestando-lhe homenagem. Visite o Jardim Horto de Camões, onde podemos encontrar 52 espécies botânicas referidas na obra lírica e nos «Lusíadas».
Ainda para os admiradores de «Os Lusíadas» e da história de Portugal, uma visita a Aljubarrota oferece uma viagem à essência do heroísmo português celebrado por Camões. Comece pelo CIBA – Centro de Interpretação da Batalha de Aljubarrota e siga para o Campo de Batalha, onde o poeta exalta o valor de D. Nuno Álvares Pereira. No centro de Aljubarrota, conheça a lenda da Padeira de Aljubarrota, uma figura de resistência que ecoa o espírito de liberdade e da coragem que perpassa a obra de Camões. Continue pelo Mosteiro da Batalha, erguido em homenagem à vitória de 1385, e explore o Museu para uma visão mais profunda do contexto histórico.
A 10 de junho, dia da sua morte em 1580, comemora-se o Dia de Camões, de Portugal e das Comunidades Portuguesas.
Na celebração dos 500 anos de Camões, descubra o legado de um poeta cujas palavras captaram a essência de ser português e floresceram ao longo dos séculos. Através dos livros e escritores, viva o espírito de um Portugal onde tradição e inovação coexistem e deixe que a obra do poeta seja o ponto de partida para a sua própria jornada de descoberta.
Spas e Termas de Portugal
Recuperação e relaxamento no outono
Programe uns dias de intervalo na sua rotina para descansar e cuidar de si, usufruindo do melhor que a natureza tem durante o outono.
Investir na sua saúde física e mental é essencial para o bem-estar geral. E em Portugal, as termas e os spas oferecem a oportunidade de descansar e de usufruir de terapias preventivas, se deseja repor energias e afastar o stress de cada dia. Com tratamentos que conjugam águas termais e os benefícios do mar, os centros de bem-estar espalhados por todo o país proporcionam momentos de puro descanso e de revitalização.
Talassoterapia: Os benefícios da água do mar
A talassoterapia, uma terapia de prevenção que utiliza a água do mar e outros elementos marinhos, como algas e lamas, é uma opção ideal para quem procura um tratamento relaxante e revitalizante. Associada ao oceano, a talassoterapia é especialmente eficaz para melhorar a circulação, fortalecer o sistema imunitário e desintoxicar o organismo. Deixe-se envolver pela sensação de repouso profundo que estes tratamentos proporcionam, enquanto usufrui das propriedades revigorantes do mar.
Os hotéis e spas localizados junto à costa portuguesa são perfeitos para desfrutar de tratamentos de talassoterapia. Em Sintra, na Praia Grande, desfrute de uma piscina de água salgada diretamente ligada ao oceano, ideal para uma experiência de rejuvenescimento. Nas Azenhas do Mar, pode mergulhar em piscinas naturais com vista para o Atlântico, onde a força do mar é aproveitada para tratamentos relaxantes e terapêuticos. Já na Costa do Estoril, tem tratamentos de talassoterapia de excelência, combinando o luxo e o conforto de um spa com os benefícios das águas do Atlântico. Viva uma experiência relaxante com vista privilegiada sobre o oceano, onde pode desfrutar de tratamentos de talassoterapia num ambiente único e tranquilo.
No Funchal, na Madeira, pode aproveitar os benefícios da talassoterapia enquanto contempla vistas panorâmicas sobre o mar, num arquipélago onde o oceano e a natureza se unem para proporcionar momentos de repouso e de renovação.
Relaxe nas águas termais do centro e do norte de Portugal
Portugal oferece uma ampla variedade de opções para quem procura cuidar de si. Aproveite o outono para fazer uma pausa em destinos onde as águas termais e os spas são protagonistas. No Centro de Portugal, pode explorar termas reconhecidas pelas suas propriedades curativas, como as Termas de São Pedro do Sul, as Caldas da Felgueira e as Termas do Luso. Estas estâncias termais oferecem programas terapêuticos completos, perfeitos para cuidar do corpo e relaxar em contacto com a natureza.
As termas no Porto e Norte combinam tratamentos de saúde com a beleza natural da região. As Termas de Chaves e as Termas de Pedras Salgadas são dois dos destinos mais procurados. As suas águas, com reconhecidas qualidades terapêuticas, são ideais para quem procura alívio para problemas reumáticos e respiratórios, enquanto desfruta da tranquilidade das paisagens montanhosas envolventes. Já as Termas de Vidago são conhecidas pelas águas mineromedicinais, ricas em bicarbonato e sódio, ideais para tratamentos digestivos, respiratórios e reumáticos. Por sua vez, as Termas do Gerês, localizadas em pleno Parque Nacional da Peneda-Gerês, oferecem uma experiência única, aliando tratamentos terapêuticos ao contacto direto com a natureza. Estas águas termais são conhecidas pelas suas propriedades anti-inflamatórias e relaxantes.
Planeie a sua próxima escapadinha
Está na hora de planear a sua próxima temporada dedicada ao bem-estar. Se procura relaxar, cuidar da sua saúde ou simplesmente fugir à rotina, Portugal oferece termas e spas para todos os gostos. Desde as águas termais até aos luxuosos spas junto ao mar, com programas de talassoterapia, há sempre uma opção para recuperar energias e desfrutar de momentos de paz.
Aproveite as maravilhas naturais de Portugal e faça uma pausa para cuidar de si. O bem-estar está ao seu alcance, em qualquer estação do ano.
Trilhos com estórias
Caminhadas rumo aos mistérios do país
A cultura popular e o imaginário de outros tempos também contam a história de Portugal. Entre lendas e tradições, o património imaterial das regiões revela segredos que se entrelaçam com a paisagem natural.
Nos vários percursos pedestres do país, as estórias passadas de geração em geração ganham vida e transformam cada passo numa verdadeira aventura. Descubra a aura mística de lugares onde a cultura e a natureza se encontram em harmonia.
A magia da lenda da Ponte do Arco, em Marco de Canaveses
A região do Porto e Norte é conhecida pelas suas paisagens montanhosas, rios e herança cultural. Comece por explorar a zona de Marco de Canaveses e o trilho das Aldeias e Margens do Rio Ovelha, um percurso pedestre circular que oferece vistas deslumbrantes sobre o vale do Rio Ovelha. O trilho passa por aldeias tradicionais, moinhos antigos e paisagens rurais, proporcionando um contacto direto com a história e a natureza locais. Com dificuldade moderada, este percurso é ideal para quem deseja explorar a beleza natural e o património cultural da região. Além disso, é possível visitar alguns monumentos que integram a Rota do Românico, como as Igreja de Santa Maria de Sobretâmega e de São Martinho de Soalhães, e a Ponte do Arco ou da Aliviada.
Fique a conhecer a lenda desta ponte, que conta a rivalidade entre São Gonçalo e o Diabo na construção da ponte. Enquanto o santo construía uma ponte sobre o Tâmega para ajudar a população, o Diabo erguia uma outra, superior em qualidade, na Aliviada, em grande medida movido pela vaidade. No entanto, a ponte mais resistente colapsou quando São Gonçalo desenhou uma cruz no ar. A partir desse momento, este local ficou associado a superstições, nomeadamente a estórias de fantasmas.
No Fundão, pelas Aldeias do Xisto
Perto do Fundão, Barroca e Janeiro de Cima são duas Aldeias do Xisto que oferecem experiências autênticas no Centro de Portugal e uma oportunidade para conhecer de perto o seu património.
Em Barroca, explore a proximidade ao rio Zêzere, a zona de pinhal, os moinhos antigos e o Centro de Interpretação da Arte Pré-Histórica do Poço do Caldeirão. Uma vez em Janeiro de Cima, caminhe entre as casas de xisto, visite a Casa das Tecedeiras e aventure-se até à Praia Fluvial de Janeiro de Baixo. Estas aldeias proporcionam uma imersão na cultura, na fauna e flora locais e nos trilhos do Geopark Naturtejo. Os percursos variam de acordo com a estação do ano, com as cerejeiras em flor na primavera e as folhas caídas no outono a oferecerem diferentes experiências.
No Fundão, o sítio arqueológico da Torre dos Namorados, entre as cordilheiras das Serras da Gardunha e da Malcata, esconde uma lenda. Trata-se da história de um rei, agraciado pelos seus súbditos, e da sua bela filha, cobiçada por todos os homens da aldeia, mas nunca pedida em casamento. Um dia, dois jovens tiveram a coragem de pedir uma audiência ao monarca e expressarem o seu amor. Todavia, o rei queria tomar uma decisão justa e, por essa razão, lançou-lhes vários desafios – desde duelos à construção de torres –, que terminavam sempre empatados. A filha acabou por não casar com nenhum dos pretendentes, mas a Torre dos Namorados continua a simbolizar um amor que nunca se concretizou assim como o sentido de justiça desse rei, sendo, por isso, um ponto de interesse para os visitantes da região.
Entre dinossauros e lendas de mar em Sesimbra
A vila piscatória de Sesimbra, em Setúbal, destaca-se pela linha de praias, pela gastronomia marítima e ainda pelo Parque Natural da Serra da Arrábida. É também conhecida pela suposta lenda das Casas de Zimbra, que conta a história de um pescador da zona que, apanhado por uma tempestade, rogou à Nossa Senhora do Castelo por ajuda. Nesse momento, prometeu construir sete casas em sua honra se sobrevivesse. Milagrosamente, foi salvo e cumpriu a promessa, erguendo as casas que ficaram conhecidas como "Casas de Zimbra".
Um dos percursos pedestres mais interessantes da região atravessa o Monumento Natural de Pedra da Mua, localizado no Parque Natural da Serra da Arrábida, conhecido pelas impressionantes pegadas de dinossauros. Estas pegadas, preservadas em lajes calcárias, são um dos maiores registos de dinossauros saurópodes na Europa, oferecendo um vislumbre da vida pré-histórica. O local é um ponto de interesse para quem deseja explorar a riqueza paleontológica da região. Além da vista panorâmica sobre o Atlântico, este é um ponto de paragem para quem procura estar rodeado de tranquilidade. No Cabo Espichel, encontra-se o Santuário de Nossa Senhora do Cabo, um local histórico e religioso que atrai peregrinos e visitantes.
A origem de Odemira
Para quem gosta de caminhadas, o Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina é um local imperdível, sendo a Rota Vicentina uma das maiores rotas de Portugal. Esta rota une duas regiões: a s falésias impressionantes da costa atlântica e as paisagens tranquilas do interior do Alentejo e do Algarve, apresentando uma ampla variedade de trilhos; esta caminhada propõe a descoberta da diversidade natural, com Odemira a destacar-se como um dos pontos de referência desta aventura.
Na região de Odemira, a lenda do Pego das Pias é uma das histórias mais conhecidas, passada nas margens da Ribeira do Torgal, um afluente do rio Mira. Segundo a tradição oral, um agricultor prometeu um par de bois e uma grade de ouro a um santo em troca da cura da sua filha. Após a jovem recuperar, o pai quebrou a promessa, e a filha, ao ir beber água na ribeira, desapareceu misteriosamente, enfeitiçada. A lenda diz que a sua libertação só ocorrerá numa noite de São João, por alguém corajoso o suficiente para segurar os bois e a caixa encantada. Este conto, envolto na paisagem natural e rica fauna da região, continua a fascinar os visitantes que percorrem os trilhos de Odemira, um concelho que também convida a banhos na Praia Fluvial de Santa Clara.
A caça ao tesouro da moura encantada de Alcoutim
Alcoutim é o ponto de partida da Via Algarviana, uma rota pedestre de grandes dimensões, que percorre cerca de 300 km até ao Cabo de São Vicente. Esta jornada permite uma exploração detalhada do interior algarvio, passando por paisagens montanhosas, vales e aldeias. A Rota do Contrabandista integra a Via Algarviana, é composta por dois percursos pedestres circulares na zona de Alcoutim e convida a conhecer a história e as tradições locais, recordando a época em que o contrabando era uma prática comum na fronteira com Espanha. Já a Grande Rota do Guadiana, que atravessa a vila, segue o curso do rio Guadiana até Vila Real de Santo António e explora a fauna e flora ribeirinhas, bem como a herança cultural das comunidades. O interior do Algarve oferece uma variedade de lendas e percursos para aqueles que querem explorar mais do que a zona costeira.
Em Alcoutim, a lenda da Moura Encantada narra a história de uma bela moura que, durante a reconquista cristã, foi encantada pelo seu pai para proteger um tesouro no Castelo. Diz-se que a moura apareceu à meia-noite junto ao rio, penteando os seus longos cabelos dourados com um pente de ouro, esperando por alguém que quebrasse o encanto. Quem conseguisse libertá-la receberia o tesouro em troca. Esta estória é uma das muitas lendas que ainda fazem parte da tradição local, recordando o período em que o Algarve fazia parte do Al-Andalus árabe.
O caminho dos amores eternos em São Miguel
A Lagoa das Sete Cidades, na Ilha de São Miguel, é um dos locais verdejantes do arquipélago dos Açores. Esta lagoa é composta pela Lagoa Azul e pela Lagoa Verde, que se distinguem pelas duas cores, especialmente visíveis em dias soalheiros. O trilho que circunda a caldeira das Sete Cidades é uma experiência a usufruir para os apreciadores da biodiversidade e da história das nove ilhas dos Açores.
A lenda mais famosa do local fala de uma princesa de olhos azuis e de um pastor de olhos verdes que se apaixonaram. Devido à diferença de classes sociais, o pai da princesa proibiu o romance. No momento da despedida, as lágrimas da princesa formaram a Lagoa Azul e as do pastor a Lagoa Verde, simbolizando o amor impossível entre ambos. A beleza das lagoas, aliada a esta história de amor impossível, confere ao lugar uma aura mística. O percurso em torno da lagoa possibilita apreciar a paisagem vulcânica e a vegetação envolvente. Um dos pontos mais emblemáticos para contemplar toda esta vista é o miradouro da “Vista do Rei”.
A jornada mística da Barquinha Feiticeira
A Madeira, conhecida pelas suas paisagens panorâmicas e trilhos de trekking, oferece experiências tanto na montanha como no mar. A Levada das 25 Fontes, uma das caminhadas mais populares da ilha, atravessa a densa Floresta Laurissilva, classificada como património mundial pela UNESCO, e culmina numa impressionante série de cascatas. Este, que passa pelo concelho da Calheta, é uma porta de entrada para a natureza exótica do arquipélago.
Complementando a magia das montanhas, a Calheta é também palco da misteriosa lenda da Barquinha Feiticeira, que alude a uma figura feminina de extraordinária beleza, que navegava sozinha numa pequena barca, atraindo os pescadores com o seu canto melodioso. Fascinados, muitos se aventuravam a segui-la, mas nunca mais eram vistos. Alguns diziam que ela era uma feiticeira, outros acreditavam tratar-se de uma sereia. O mistério é, muitas vezes, relembrado nas histórias contadas pelos habitantes.
Portugal oferece uma combinação única de trilhos e de lendas que convidam a explorar a diversidade natural e o património do país. Esta incursão no imaginário popular enrique a viagem de quem se aventura pela magia que se descobre em cada detalhe paisagístico e arquitetónico.
Portugal é Arte
Em Portugal, a arte está em cada recanto e expressão. Está presente nas paisagens, nas rotas dos vinhos, nos sabores da gastronomia, na força do mar, nas tradições que se mantêm vivas e na criatividade de artistas emergentes. Em cada detalhe, Portugal revela-se como uma galeria a céu aberto onde cada experiência, seja na natureza ou nos centros culturais urbanos, convida a descobrir a essência artística do país.
Artesanato | Enoturismo
O artesanato reflete séculos de história, com técnicas e saberes transmitidos ao longo de gerações. Peças em cerâmica, cortiça e rendas continuam a ser criadas por artesãos que preservam o legado cultural, enquanto exploram abordagens inovadoras que oferecem uma nova roupagem às tradições e são exemplo de transformação. É o caso das Curated Cultural Experiences, que promovem o diálogo entre mestres de outros tempos e os novos criadores, reinventando o artesanato e ampliando o seu alcance.
A produção de vinho é outro exemplo de como a ancestralidade do saber-fazer permanece viva. As vinhas – cultivadas com dedicação – e o processo de produção – respeitando os ciclos da natureza – enaltecem a ligação entre o ofício e a terra. Com castas únicas, as rotas de vinho e o enoturismo do país convidam a explorar esta herança em visitas a quintas e adegas.
Seja no artesanato ou na produção vitivinícola, Portugal proporciona experiências que evidenciam a diversidade cultural e a criatividade.
Arte urbana | Surf
A arte urbana e o surf partilham uma ligação que vai além da expressão individual; ambos refletem a identidade cultural e o espírito de liberdade. Tal como os artistas reinterpretam paredes e edifícios, os surfistas encontram novas formas de observar e surfar as ondas, reinventando a relação entre o ser humano e a natureza. Este paralelismo entre a energia criativa das cidades e o ímpeto do mar mostra como, em Portugal, a arte e o desporto se entrelaçam.
A Covilhã tem sido vista como uma referência cultural ao integrar o seu passado industrial e as novas expressões artísticas em espaços públicos. O festival mais antigo de arte urbana, o Wool | Covilhã Arte Urbana, surgiu para transformar as ruas da cidade, atraindo artistas nacionais e internacionais para a invenção de murais e de instalações que reinterpretam o ambiente. Do cartaz fazem parte as visitas guiadas, passando por obras inspiradas nas tradições locais e na paisagem envolvente da Serra da Estrela.
Também o surf molda a cultura das regiões costeiras, com o mar a servir de tela. Zonas como a Ericeira, Reserva Mundial do Surf, e a Nazaré, conhecida pelas ondas gigantes, espelham a mesma atitude experimental e desafiadora presente na arte urbana. São momentos efémeros e de adrenalina, que se convertem em experiências memoráveis.
Arquitetura | Festivais de Música
Em Portugal, a arquitetura atravessa diferentes épocas e estilos, refletindo a riqueza do património nacional. Monumentos como a Sé de Braga, o Mosteiro da Batalha, a Universidade de Coimbra, a Igreja de São Francisco no Porto, o Mosteiro dos Jerónimos em Lisboa ou o Convento de Cristo de Tomar mostram a diversidade arquitetónica. A modernidade alia-se a esta tradição com obras de arquitetos como o premiado Siza Vieira, cuja intervenção em locais como o Museu de Arte Contemporânea de Serralves, no Porto, reinterpreta o espaço de forma inovadora.
A ligação entre património e inovação também se faz sentir nos festivais de música, que se adaptam tanto a ambientes históricos como a paisagens rurais. O Festival BONS SONS, que se realiza em Cem Soldos, uma pequena aldeia do Centro de Portugal, demonstra como a música pode revitalizar espaços tradicionais. No Alentejo, o Festival Terras sem Sombra leva espetáculos a igrejas e monumentos, enriquecendo a experiência musical com atividades ligadas à cultura popular e às tradições locais. Já o FIMM – Festival Internacional de Música de Marvão oferece concertos em locais históricos, criando uma fusão única entre a música clássica e o património.
Por sua vez, grandes eventos como o NOS Alive, em Lisboa, o Primavera Sound, no Porto, e o Festival F, em Faro, destacam a capacidade para integrar a música na paisagem urbana.
Património | Bem-estar
A arte de cariz religioso está profundamente ligada à história e identidade do país. Espaços como a Sé de Braga, o Mosteiro da Batalha, o Museu Nacional de Arte Antiga, o Museu Nacional do Azulejo ou a Igreja de São Roque preservam um património de azulejos, retábulos e frescos, que convidam à contemplação. Além de serem espaços onde se expõe a arte sacra, também funcionam como refúgios de serenidade, onde é possível encontrar paz e introspeção espiritual.
Procurada tanto por turistas como por peregrinos, essa tranquilidade também se estende à natureza, onde os momentos de reflexão encontram uma nova expressão no contacto com o ar livre. No Caminho de Santiago, a experiência é enriquecida pela espiritualidade da jornada, que, em terras portuguesas, atravessa aldeias pitorescas, paisagens rurais e monumentos históricos. A peregrinação oferece vários momentos de introspeção enquanto se percorrem os trilhos que conduzem ao destino final.
Viva experiências que combinam a paz interior com a ambiência envolvente, criando uma conexão única entre o património cultural e a natureza.
Arte moderna | Gastronomia
A arte contemporânea e a gastronomia são reflexos de uma criatividade que dá novas interpretações à tradição.
Espaços como o Centro de Arte Moderna da Fundação Calouste Gulbenkian, o MAAT – Museu de Arte, Arquitetura e Tecnologia, o Museu de Arte Contemporânea de Serralves e o MACE – Museu de Arte Contemporânea de Elvas oferecem uma visão mais ampla das tendências vanguardistas, com um leque de exposições que exploram a inovação e a experimentação dos artistas contemporâneos, nacionais e internacionais.
Por sua vez, a gastronomia portuguesa está intimamente ligada à tradição, à inovação e à criatividade. As especialidades regionais são reinventadas por chefs de renome com recurso a várias técnicas modernas. Restaurantes com Estrelas Michelin, festivais gastronómicos e mercados locais mostram como a cozinha evolui e se adapta às tendências, mantendo-se fiel às raízes.
As duas áreas celebram a tradição e a inovação, estimulam os sentidos e oferecem novas perspetivas à mesa.
Aceite o convite para uma viagem através da arte e da cultura. Quer se trate de explorar spots de surf, a arquitetura histórica, a arte urbana ou a cozinha inovadora, Portugal oferece uma experiência onde a arte, a cultura e a tradição se cruzam.
A experiência da vindima em Portugal
Participe na arte de fazer o vinho
Se quando viaja procura vivências únicas e autênticas, ser como um verdadeiro português, e se se considera um apreciador de vinho, então sugerimos que adicione a experiência das vindimas em Portugal ao seu itinerário.
Harvest in Douro @Jose Sarmento Matos_Vallado&WineFest
Portugal é um país de forte tradição vitivinícola e a excelente qualidade dos seus vinhos é conhecida em todo o mundo, tendo conquistado inúmeros prémios e distinções em concursos internacionais ao longo dos anos. E para os conhecer e apreciar, nada como visitar as regiões onde são produzidos. O vinho é também um excelente pretexto para descobrir as paisagens, o património, a cultura e as pessoas que aí vivem.
A vindima é um dos momentos mais aguardados nas regiões vitivinícolas de Portugal, tanto pelos produtores como pelos visitantes. É uma das atividades mais antigas de Portugal e certamente uma das mais genuínas e tradicionais.
Harvest in Douro region @Joao Ferrand_Coleção Instituto dos Vinhos do Douro e Porto
O dia exato para o início da vindima é decidido todos os anos, pois depende do clima, da variedade da uva, da localização da vinha, da temperatura, da humidade, entre outros, mas normalmente ocorre entre o fim do verão e início do outono. Há várias adegas com programas especiais de vindima, onde se pode participar com os habitantes locais e ajudar a produzir vinho, existindo algumas adegas que permitem levar para casa o resultado do seu trabalho. Já imaginou partilhar com os seus amigos uma garrafa de vinho produzido por si?
Alentejo vineyards @ Joao Silva_Quetzal_Alentejo Tourism Board
As vindimas decorrem em todo o Portugal, continental e ilhas, mas é no Alentejo e no Douro, que surgem mais programas de enoturismo que fazem as delícias dos visitantes que pretendem mergulhar na tradição milenar destas regiões e descobrir o processo de produção de vinho. Sendo a mais antiga região vinícola demarcada do mundo e Património Mundial da UNESCO, a paisagem do Vale do Douro é ainda mais impressionante durante a época das vindimas. Os socalcos tornam-se vermelhos e roxos, a paisagem reveste-se de verde, vermelho e castanho, um lugar verdadeiramente mágico com um clima agradavelmente quente. Já no Alentejo, região reconhecida pelos seus vinhos de elevada qualidade e até pelo seu trabalho em harmonia com o meio ambiente, a época das vindimas aqui tem um sabor especial para todos aqueles que pretendam conhecer não só os néctares da região, mas também participar em vários tipos de experiências.
Douro Valley @PortoandNorth Tourism Board
O ritual da vindima começa com a apanha das uvas à mão, enchendo os cestos que grupos de vindimadores carregam às costas... por isso é tão especial e único. As uvas são então levadas para grandes lagares e pisadas por um grupo de trabalhadores para as esmagar e espremer o líquido, a chamada pisa, que origina o mosto. É uma ocasião festiva, pelo que este trabalho é feito ao som de alguém que marca o ritmo dos passos com uma canção. Os trabalhadores abraçam-se e pisam as uvas de uma forma sincronizada e única. Depois de produzido, filtrado e fortificado com uma aguardente local, o vinho é armazenado em barris de madeira durante um tempo que varia consoante o vinho.
Harvest in Alentejo @Jose Sarmento Matos_Herdade do Esporão
Como vê, é possível participar em todas as etapas da vindima, sempre com uma vista magnífica sobre as paisagens do Douro ou sobre as planícies alentejanas e, como diz o provérbio popular, “Até ao lavar dos cestos, é vindima”. Portanto sirva-se de um copo de vinho, pegue na sua agenda e coloque as vindimas em Portugal no topo da sua lista de viagens.
Wine toast @Joao Silva_Herdade da Malhadinha Nova
Venha a Portugal e crie memórias connosco! À Saúde! Tchim-Tchim.
Torre de Moncorvo
Explore o encanto de Torre de Moncorvo. Conheça os Lagos do Sabor, ideais para momentos de tranquilidade e aventuras na natureza, e deixe-se inspirar pelas paisagens. Delicie-se com as iguarias locais e desfrute dos programas de enoturismo da região.
Torre de Moncorvo deve a sua origem a um nobre chamado Mendo Curvus, senhor destas terras e participante na Reconquista Cristã da Península Ibérica, mas foi com o primeiro rei de Portugal, D. Afonso Henriques, que teve a primeira carta de foral, em 1128. Localidade estratégica na defesa do território, foi no séc. XIII que o Castelo foi reedificado, por ordem do rei D. Dinis. Para conhecer melhor a história da cidade, visite o Museu do Castelo, do qual ainda permanecem as ruínas e parte das muralhas.
Basilica Menor ©C. M. Torre de Moncorvo
No centro histórico, visite a imponente Basílica Menor, facilmente identificada pela torre, e a Igreja da Misericórdia, onde se encontra instalado o Museu de Arte Sacra. Ambas foram construídas no séc. XVI, durante o reinado de D. Manuel. Nos séculos XVI e XVII, Torre de Moncorvo foi uma das maiores comarcas do país devido à sua importância no comércio da região, tendo sido um centro de produção têxtil, de linho e de seda. Visite ainda o Museu do Ferro, que preserva a memória da exploração mineira de um dos maiores jazigos nacionais de ferro, desenvolvida durante o séc. XIX.
Miradouro de Fraga do Cão ©C. M. Torre de Moncorvo
Quem visita Torre de Moncorvo e gosta de atividades ao ar livre, não pode deixar de visitar os Lagos do Sabor, usufruir do espaço de lazer da Praia Fluvial da Foz do Sabor e fazer um passeio a pé numa das rotas temáticas da região. Para apreciar a paisagem sobre os lagos, existem vários miradouros em Torre de Moncorvo com uma boa vista, como por exemplo o Miradouro da Fraga do Cão.
Foz do Sabor ©C. M. Torre de Moncorvo
O passado da cidade é recordado na Feira Medieval que se realiza em abril. Outro bom momento para visitar Torre de Moncorvo é a iniciativa “Amendoeiras em Flor”, que se realiza na Primavera, que dá a conhecer uma das culturas locais mais importantes, facto óbvio quando se refere uma das iguarias regionais, as amêndoas cobertas de Moncorvo.
©C. M. Torre de Moncorvo
Não deixe de conhecer a tradição vinícola e a produção de vinhos de excelência que são evidenciadas no Festival Vinho Sabor Douro ou nos vários programas de enoturismo que tornarão a visita à região mais interessante.
Explore Torre de Moncorvo, descubra a história, o Douro e o Sabor, a vinha e a serra. Crie experiências únicas e memoráveis.