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Visita a Sintra por Hans Christian Andresen

Roteiro literário | Percorrer Sintra pelas linhas de Hans Christian Andresen

Seguir os passos de Hans Christian Andersen por Sintra é mais do que visitar um património cultural, natural e arquitetónico: é deixar-se tocar pela atmosfera mística da vila, escutar os seus silêncios, perder-se nos caminhos e reencontrar-se nas paisagens. Traga um diário, prepare a câmara e leve consigo memórias repletas de fantasia.

“Todo o estrangeiro poderá encontrar em Sintra um pedaço da sua pátria. Eu descobri aí a Dinamarca…”, sublinhou Hans Christian Andersen. Nos bosques húmidos da serra, nos nevoeiros matinais e nos caminhos sombreados por carvalhos, o escritor dinamarquês sentiu que Sintra lhe devolvia memórias de casa. É essa familiaridade rara, num lugar distante da terra natal, que muitos visitantes ainda hoje encontram.

Nos finais do século XIX, o escritor que deu vida às obras A Pequena Sereia e O Patinho Feio passou pelo país durante as suas deambulações pela Europa, enquanto procurava material digno de nota para as produções artísticas. Da sua experiência de três meses e da sua imaginação fértil nasceu o diário Uma Visita a Portugal em 1866. Hans Christian Andersen escreveu: "Todo o caminho da serra é um jardim, onde natureza e arte maravilhosamente se combinam, o mais belo passeio que se pode imaginar".

Sintra: Um lugar de encanto e de inspiração para escritores

A Paisagem Cultural de Sintra, eleita Património Mundial da Humanidade em 1995, é sensorial e combina natureza exuberante, arquitetura romântica e história. Ao longo dos séculos, seduziu vários artistas, ao ponto de Lord Byron a descrever como “glorioso Éden” e de Ferreira de Castro, que produziu a maioria dos seus manuscritos na vila e que veio a ter uma Casa-Museu, ter doado o seu espólio à “poesia da natureza sintrense”, onde meditou e sonhou as suas criações.

Um século antes da distinção da UNESCO, Hans Christian Andersen chegou a Sintra e permaneceu pela zona cerca de duas semanas. Foi hóspede da família de José O’Neill, filho do Cônsul da Dinamarca, numa casa na Calçada dos Clérigos, e explorou os arredores na companhia do poeta britânico Edward Bulwer-Lytton. Juntos caminharam pela serra, visitaram palácios e jardins e descobriram uma Sintra literária onde natureza e arte se entrelaçavam, uma vivência que foi traduzida como “o mais belo passeio que se pode imaginar”.

Um itinerário pela vila

A visita de Andersen a Sintra pode ser reconstituída através dos locais que mencionou nos seus escritos e que ainda hoje mantêm o seu encanto. Percorra este itinerário e visite cada um dos pontos de referência.

Fonte da Sabuga
Entre os muros da Quinta do Saldanha, existe este fontanário cuja história remonta ao período medieval, de acordo com as referências bibliográficas. Também há séculos são mencionadas as propriedades curativas das águas que nela correm, eternizadas pela rainha D. Luísa de Gusmão. Este exemplar arquitetónico, que sofreu várias alterações e que foi reconstruído após o terramoto de 1755, integra o Roteiro de Fontes de Sintra. É, até aos dias de hoje, um ponto de encontro e de descanso para os caminhantes e viajantes. Abeirando-se desta fonte, Hans Christian Andersen refrescava-se e observava a vida tranquila da vila. Hoje, a fonte mantém o seu charme e continua a oferecer um momento de pausa antes de subir as encostas da Serra de Sintra.

Igreja de Santa Maria
Este templo erguido por altura da fundação de Portugal, quando D. Afonso Henriques conquistou a vila de Sintra aos Mouros, está rodeado por vegetação - e era esta ambiência natural que transmitia a Hans Christian Andersen uma ideia de recolhimento. Também o terramoto abalou a sua estrutura, mas manteve-se o pórtico gótico original, ao qual foram adicionados detalhes renascentistas. Passando as suas portas, é possível encontrar capitéis e uma abóboda artesoada medievais, pias batismais e uma imagem de Nossa Senhora da Conceição. A sua arquitetura simples contrasta com a exuberância natural à volta, criando um cenário que parece suspenso no tempo.

Igreja de São Pedro de Penaferrim
Localizada no Largo do Adro da Igreja, em São Pedro de Sintra, esta igreja guarda séculos de história religiosa. Hans Christian Andersen descobriu-a numa das suas caminhadas pela zona, tendo sido atraído, mais uma vez, pela serenidade e pelo enquadramento rural. Combinando elementos medievais e barrocos, este monumento tem um pórtico barroco com o brasão do cardeal D. Tomás de Almeida, esculturas notáveis e uma sequência de azulejos do século XVIII com episódios da vida de São Pedro.

Palácio Nacional de Sintra
No coração de Sintra, com as suas chaminés brancas demarcadas na paisagem, o Paço da Vila, como também é conhecido, foi descrito pelo autor dinamarquês como tendo “duas garrafas de champanhe acopladas”. As decorações das Salas dos Cisnes e dos Brasões que ilustram a vida monárquica, uma das maiores coleções de azulejos mudéjares in situ da Península Ibérica, as chaminés cónicas e a cozinha mantêm preservada a atmosfera que o escritor experienciou. Utilizado pela Família Real Portuguesa até ao final da Monarquia como residência e para caçadas reais, o Palácio Nacional de Sintra foi palco de anúncios e de tomadas de decisão importantes para a História de Portugal, sendo exemplos disso a proclamação de reis e o anúncio da descoberta do Brasil.

Palácio Nacional da Pena
Hans Christian Andersen descreveu a subida pela Serra de Sintra em direção ao Palácio da Pena como um passeio por um “jardim encantado”. O percurso do Parque da Pena, ladeado por árvores centenárias e espécies exóticas, revela vislumbres do palácio colorido entre a folhagem, criando expetativa a cada curva. Residência de verão de D. Fernando II, o rei consorte de D. Maria II, que adquiriu as ruínas do monumento e as suas terras no século XIX. Combina diferentes estilos arquitetónicos, sendo um exemplo do revivalismo romântico em Portugal. No exterior, destaca-se a Gruta do Monge, um antigo espaço de meditação, contemplação e recolhimento, o Jardim das Camélias e a Feteira da Rainha, onde existe uma das árvores mais impressionantes, uma Tuia-gigante. Já no interior, é imperdível a capela com um vitral de D. Fernando II, na parede oposta ao altar-mor. Aqui, o escritor ficou fascinado pela forma como a arquitetura dialogava com a natureza, criando um cenário digno de um dos seus contos de fadas.

Parque e Palácio de Monserrate
Para o escritor dinamarquês, Monserrate era “uma verdadeira vinheta das Mil e Uma Noites”. Com inspiração oriental e (re)construído em 1858, com uma traça romântica, sobre as ruínas de uma mansão neogótica, o Palácio foi residência de verão da família de Sir Francis Cook, visconde de Monserrate. Além de ter sido visitado por Lord Byron, no início do século XIX, que se inspirou neste monumento para o livro Childe Harold's Pilgrimage, e de ter servido de pano de fundo a um episódio da série As Viagens de Gulliver, de 1996, com o ator Ted Danson a vestir o protagonista criado por Jonathan Swift. Os jardins botânicos, com espécies vindas de todo o mundo, cascatas e lagos, oferecem-lhe uma experiência sensorial e estética únicas.

Sintra além do roteiro de Andersen

Depois de seguir os passos do célebre escritor dinamarquês Hans Christian Andersen, vale a pena prolongar a viagem e deixar-se guiar pela intuição e pela beleza natural do Parque Natural de Sintra-Cascais. Há tesouros escondidos entre a serra e o mar que convidam à contemplação, ao sabor e à descoberta.

Colares e Janas
Aninhada entre a serra e o Atlântico, Colares é uma vila discreta, mas rica em tradição. O seu vinho da casta Ramisco, cultivado em solos arenosos junto à costa, é uma raridade que carrega séculos de história e de resistência. Provar este vinho é como saborear a paisagem, intensa e profundamente ligada à terra. As ruas tranquilas, ladeadas por casas antigas e vinhas, convidam a uma pausa demorada.

Por sua vez, Janas representa um ponto de encontro entre património, ancestralidade e práticas sustentáveis que respeitam o território. Nesta aldeia rural encontra-se uma capela circular dedicada a São Mamede, uma construção invulgar que poderá ter origem em práticas religiosas anteriores ao cristianismo. Nas redondezas, foram identificados vestígios arqueológicos que apontam também para ocupações humanas desde a pré-história, reforçando a importância histórica da zona. A aldeia tem vindo ainda a afirmar-se como um espaço onde se promove a sustentabilidade, através de projetos ligados à agricultura biológica, à educação ambiental e à valorização dos saberes locais.

Praia das Maçãs, Praia Grande e Azenhas do Mar
Ligada ao coração de Sintra pelo elétrico centenário que serpenteia pela paisagem, acompanhado das suas paragens pitorescas, a Praia das Maçãs é um lugar onde o tempo parece abrandar. Com ambiente familiar e descontraído, mistura tradição balnear com cafés acolhedores e mercados locais; e ainda com uma antiga colónia de férias que foi transformada numa pequena aldeia de praia, com vários espaços dedicados ao bem-estar. É o sítio ideal para um mergulho seguido de uma conversa demorada.

Já a Praia Grande e as Azenhas do Mar, dois postais marítimos, proporcionam pausas contemplativas, uma conexão com o mar através do surf e tratamentos terapêuticos, graças aos benefícios da água salgada. Se a talassoterapia integra a lista de requisitos para uma visita revitalizante a Portugal, a Praia Grande dispõe de uma piscina de água salgada diretamente ligada ao oceano, ao passo que as Azenhas do Mar, zona de casas brancas encaixadas na falésia, convidam a mergulhar em piscinas naturais com vista para o Oceano Atlântico. É possível também fazer trilhos de BTT e rotas de cicloturismo, para usufruir de vistas incríveis da costa, ladeados pela natureza do Parque Natural de Sintra-Cascais. Um roteiro à beira-mar que não pode terminar sem uma degustação de peixe e marisco frescos, embalada pelo som das ondas e da fauna local. 

Um convite à descoberta
Em Portugal, há sempre uma paisagem por contar, uma arquitetura que é base e traço de narrativas, um sol que sublinha as estórias de quem procura mais de 300 dias de luz dourada para as memórias. Sintra, que foi musa de escritores nacionais como Almeida Garrett no romantismo e Eça de Queiroz no realismo, inspirou o autor dinamarquês de contos de fadas Hans Christian Andersen a criar um roteiro literário pela mística vila às portas de Lisboa. Experimente-o!


Arte Equestre portuguesa

Classificada em 2024 como Património Imaterial da Humanidade, a arte equestre portuguesa possui uma expressão erudita e outra mais popular, interligando as dimensões funcionais e artísticas.

A arte de montar lusitana distingue-se das escolas de outros países pelos trajes dos cavaleiros e a sua posição na sela, pelos arreios dos cavalos e sobretudo pela forma de lidar com o cavalo. O cavaleiro desenvolve um conhecimento do animal, procurando e incentivando a sua colaboração sem recorrer ao uso da força. Existe uma harmonia e respeito entre cavaleiro e cavalo.

Arte Equestre Portugusa
Escola Portuguesa de Arte Equestre © Pedro Yglesias

Para apreciar em toda a dimensão esta arte, nada como assistir a um espetáculo da Escola Portuguesa de Arte Equestre. As sessões realizam-se regularmente no Picadeiro Henrique Calado, situado em Lisboa, na zona de Belém. Um espetáculo a não perder durante a sua visita a Portugal.

Arte Equestre Portugusa
Escola Portuguesa de Arte Equestre © Pedro Yglesias

Os cavalos utilizados são na maioria de raça puro-sangue lusitano, o cavalo de sela mais antigo do mundo que é montado há mais de cinco mil anos. Trata-se de um animal de tamanho e porte majestosos, que se distingue também pelas tranças que habitualmente os criadores fazem nas suas crinas. Grande parte destes animais são criados no Alentejo, na Coudelaria de Alter em Alter do Chão, a mais antiga coudelaria do mundo a funcionar ininterruptamente no mesmo local. Este é um espaço que vale a pena visitar para saber mais sobre este nobre animal, ou até para praticar algumas das atividades equestres disponíveis. Um momento imperdível numa visita é a saída para o campo de uma eguada com mais de 60 éguas, que por vezes vão acompanhadas pelos seus potros.

Feira Nacional do Cavalo
Feira Nacional do Cavalo - Golegã

Ao longo do ano realizam-se em Portugal diversos eventos e competições em que o cavalo é a estrela principal. De entre estes, destaca-se a Feira Nacional do Cavalo, o maior evento equestre do país e que tem lugar em novembro na Golegã e a Feira do Cavalo de Ponte de Lima que se realiza em junho/julho. São eventos a não perder para conhecer melhor a tradição da arte equestre portuguesa.



Roteiro de Arte Urbana

Roteiro de arte para celebrar abril

Os murais são manifestações artísticas que representam verdadeiras janelas para a história e identidade de Portugal. Por todo o país, cada obra convida a conhecer a Revolução de 25 de Abril de 1974 através da arte, explorando o património cultural e turístico.

A arte urbana sempre foi um espelho dos tempos e com a celebração dos 50 anos do 25 de Abril, as cidades ganham novas cores para lembrar e celebrar a história. Se antes os murais revolucionários serviam para afirmar a liberdade recém-conquistada, hoje continuam a ser uma poderosa manifestação artística que liga passado e presente.

Após a Revolução, os murais surgiram como forma de expressão coletiva, carregados de simbolismo e de mensagens de resistência. Cinco décadas depois, a arte volta às ruas com novas linguagens e com o mesmo compromisso: celebrar a democracia.

Um dos exemplos é o projeto Murais da Liberdade, que convida a uma viagem artística, expondo a temática da Revolução em 14 localidades, ao longo do país. Cada mural conta uma história, através dos rostos de figuras incontornáveis como o capitão Salgueiro Maia e o músico Zeca Afonso, e de símbolos, como os cravos vermelhos. Há cidades que pedem uma paragem para um panorama artístico mais alargado, como Faro, no Algarve, a propósito das intervenções do Festival F, ou Ponta Delgada, nos Açores, que convida a um mergulho imersivo na criatividade com o Walk&Talk — Bienal de Artes.

Se gosta de descobrir cidades através da sua arte, este roteiro leva-o a murais que homenageiam o 25 de Abril.

PORTO E NORTE

Em Valença, o Circuito de Arte Pública Urbana, dedicado aos 50 anos do 25 de Abril, transformou a cidade num museu a céu aberto. Os murais e instalações interativas espalhados por esta cidade única convidam a uma reflexão sobre liberdade e a participação, ao mesmo tempo que embelezam o centro histórico.

Aprecie o encontro perfeito entre a arte contemporânea e a imponência da Praça-forte de Valença, que se ergue sobre a paisagem. Cada obra do circuito oferece uma nova perspetiva, tornando a cidade um destino perfeito para quem aprecia arte ao ar livre. Conheça as tradições e explore o artesanato local e os produtos típicos, celebrando a herança cultural da cidade.

Valença é o destino perfeito para quem procura uma experiência autêntica, onde a arte, a história e a tradição se encontram em cada rua e em cada canto da cidade.

LISBOA

Lisboa, Almada e Setúbal tornaram-se telas vivas com murais de celebração da Revolução e a Liberdade. 

Lisboa
é uma cidade onde a história se foi escrevendo na rua. No bairro de Belém, visite o maat – Museu de Arte, Arquitetura e Tecnologia, onde a arte contemporânea e o design desafiam os limites da criatividade. Nos Jardins, o mural coletivo "48 Artistas, 48 Anos de Liberdade" reinterpretou em 2022 o icónico Painel do Mercado do Povo de 1974. A obra foi feita por alguns dos artistas que participaram na versão original, como Teresa Magalhães e Guilherme Parente, e por novos criativos, como Vhils, Joana Vasconcelos e Maria Imaginário, refletindo a diversidade da arte portuguesa contemporânea. Admire mais arte urbana na zona ribeirinha, como o painel de Bordalo II no CCB, os murais em Alcântara ou na estação de comboio de Santos.

Por sua vez, a iniciativa "5 Décadas, 5 Artistas, 5 Murais" espalha pela cidade diferentes visões sobre a liberdade, criando um percurso que convida à descoberta e à reflexão. Cada mural conta uma história única: em Campolide, revive-se a Revolução com cenas marcantes do dia que mudou Portugal; perto do Castelo de São Jorge, na rua Costa do Castelo, a resistência e o papel do teatro ganham forma na parede, num mural de Kruella D‘Enfer; e na Rua dos Caminhos de Ferro, em Santa Apolónia, uma tela em tons de rosa e azul, produzida por Arisca, destaca uma simbologia de Igualdade e Sabedoria.

Se passar pela Avenida de Berna, perto da Fundação Calouste Gulbenkian, repare no mural  que presta mais uma homenagem ao capitão Salgueiro Maia e destaca igualmente o papel das mulheres nos movimentos de libertação das antigas colónias portuguesas. Feito originalmente, em 2014, por Vhils, Miguel Januário (+maismenos+), Frederico Draw, Diogo Machado (Add Fuel) e Gonçalo Ribeiro (Mar), foi recentemente renovado por quatro artistas: Tamara Alves, Sara Fonseca da Graça (Petra Preta), Moami e Mariana Malhão.

Outro projeto a destacar é o mural "1.500 Azulejos para Celebrar 50 Anos de Abril”, coordenado por Miguel Januário (+maismenos+). Criado com a participação de centenas de pessoas, a ideia distribui-se entre Lisboa e Porto, utilizando a tradição do azulejo para simbolizar um futuro democrático ainda em construção.

Para quem aprecia a ligação entre tradição e arte contemporânea, vale a pena visitar o Museu Nacional do Azulejo, onde a azulejaria portuguesa ganha novas leituras, e descobrir outros exemplos de arte urbana em Xabregas e Marvila, onde a vibrante cultura se revela no Festival Iminente.

Em Almada, o projeto "Conta-me Histórias", desenvolvido pelo Centro Artístico A Casa ao Lado, une gerações através da arte mural. Jovens artistas inspiraram-se em relatos de quem viveu o 25 de Abril, transformando as ruas numa exposição a céu aberto. Aproveite para explorar os murais espalhados pelo centro da cidade, onde vários artistas têm deixado a sua marca. Para um olhar mais experimental, a Casa da Cerca - Centro de Arte Contemporânea é uma paragem obrigatória.

Em Setúbal, a iniciativa "Histórias Que as Paredes Contam – 50 Anos de Muralismo", coordenada pelo chileno Alejandro "Mono" González, reuniu artistas de diferentes gerações à volta de um mural que ganhou vida à medida que a criatividade e a inspiração fluíam. Um projeto que refletiu a evolução do muralismo enquanto ferramenta política e artística. Quem quiser mergulhar ainda mais na identidade artística local pode visitar a Casa da Cultura de Setúbal, onde exposições temporárias exploram novas linguagens visuais.

Seja em Lisboa, Almada ou Setúbal, os murais de Abril transformaram as cidades em espaços de memória e criatividade.

ALENTEJO

Se procura destinos onde a história se cruza com a expressão artística, o Alentejo tem várias paragens obrigatórias.

Em Estremoz, a combinação entre a memória histórica e a identidade local revelam-se no mural comemorativo junto ao Parque da Porta de Santa Catarina. Criado pelos artistas Davide Alves e Miguel Gustavo, a obra assinala o papel da cidade na Revolução dos Cravos, homenageando o Regimento de Cavalaria nº 3 (RC3) e duas figuras locais: o Capitão Andrade de Moura e o Sargento Brás. A cidade é conhecida pelos tradicionais bonecos de barro, classificados como Património Cultural Imaterial da UNESCO, que podem ser vistos no Centro Interpretativo. Não deixe de passar no centro histórico, bem preservado, e entrar no Museu Berardo Estremoz, onde se valoriza a arte e a tradição da azulejaria.

Mais a norte, em Nisa, a arte ganha outras formas de expressão através da reinterpretação das tradições locais. A Rua de Santa Maria foi transformada numa tela contemporânea, em que a decoração das fachadas e pavimentos se inspirou nos bordados e rendas típicas. Os motivos geométricos e florais, característicos da olaria pedrada desta vila, desenham um percurso visual único que valoriza o património. Também em Nisa se pode admirar a Valquíria Enxoval, uma instalação têxtil da artista Joana Vasconcelos, que celebra o artesanato através de uma peça de grande impacto visual.

Os murais que celebram os 50 anos do 25 de Abril transformaram Portugal numa galeria ao ar livre, onde arte e memória se entrelaçam para contar a história da Revolução. De Norte a Sul, das ilhas ao continente, cada obra reflete a identidade e o espírito democrático do país, dando voz a novas gerações de artistas e reafirmando o papel da arte urbana como meio de expressão e de reflexão.

Celebre a liberdade num roteiro de cores, de formas e de histórias que marcam os muros das cidades portuguesas.


Oceanos de Diálogo

Oceanos de Diálogo na Expo Osaka Kansai 2025

Portugal tem muito a oferecer na Expo Osaka Kansai 2025. Será uma oportunidade para descobrir o país, fortalecer laços culturais e celebrar a histórica conexão entre Portugal e o Japão. A mascote portuguesa UMI, um cavalo-marinho cujo nome significa “mar” em japonês, vai guiá-lo numa viagem em que os mares ligam os dois países.

Oceano: Diálogo Azul

Na Expo Osaka, o pavilhão português tem como tema “Oceano: Diálogo Azul”, em homenagem aos oceanos que há séculos ligam Portugal e o Japão, celebrando uma história de intercâmbio e de influências cruzadas, desde a chegada dos navegadores portugueses ao Japão, no século XVI, até aos dias de hoje.

Portugal: Um destino para todos os sentidos

Em Portugal, o património conta séculos de história nas suas cidades e monumentos, a natureza estende-se das montanhas às praias banhadas pelo Oceano Atlântico e a gastronomia reflete tradição e inovação, enquanto os vinhos destacam a excelência do país. Por tudo isto, é um destino de bem-estar, onde cada experiência se torna memorável.

O ikigai, que no Japão representa a razão de ser e a motivação diária, encontra-se em Portugal na valorização do património, no desenvolvimento sustentável e na construção de um futuro inovador. Também a curiosidade - kokishin - é comum a Portugal e ao Japão. O espírito de descoberta e de exploração tem marcado a história de ambos os países e continua a inspirar novas ligações e aprendizagens. É esta ligação ao oceano e a constante busca pelo conhecimento que são representadas pela mascote portuguesa UMI.

UMI
UMI

Um roteiro de inspiração japonesa em Portugal

Faça um roteiro de inspiração japonesa em Portugal e visite os locais em que o testemunho das duas culturas continua presente.

Em Lisboa, o Museu do Oriente é um espaço de referência para compreender a relação deste país ocidental com o Oriente. Fique a conhecer os biombos Namban, que fazem parte de um conjunto de obras de arte que ilustram os primeiros encontros entre portugueses e japoneses, além de outras peças que refletem a troca comercial e cultural entre as duas nações.

Em Belém, descubra o Pavilhão da Ásia, no Jardim Botânico Tropical, onde se encontram peças e elementos decorativos de diferentes culturas asiáticas, do Japão à China. É um ótimo espaço para quem quer saber mais sobre a influência asiática em Portugal. Anualmente, o Jardim Vasco da Gama recebe a Festa do Japão, evento que celebra a cultura nipónica com exibição de artes marciais, caligrafia, origami, espetáculos musicais, cosplay e gastronomia japonesa.

A visita ao Museu Nacional de Arte Antiga é obrigatória. A grande coleção de arte oriental inclui objetos de porcelana, pinturas e peças de mobiliário que testemunham o intercâmbio entre Portugal e o Oriente durante a época das Descobertas.

No Bairro Alto, passe pela Casa Ásia, situada no Largo Trindade Coelho, entre a Igreja e o Museu de São Roque. Este espaço oferece uma perspetiva envolvente sobre a cultura asiática em Portugal e está totalmente adaptado a visitantes com deficiência visual e auditiva.

Imperdível, a Fundação Calouste Gulbenkian acolhe um importante acervo de arte japonesa, incluindo cerâmicas de Arita e pinturas que evidenciam a influência e sofisticação da arte nipónica.


Biombo Namban - Museu Nacional de Arte Antiga ©José Pessoa

No Alentejo, se quiser explorar a ligação do sul de Portugal ao Japão, passe por Évora e pelo Paço Ducal de Vila Viçosa, dois lugares visitados por quatro japoneses convertidos ao Cristianismo pelos Jesuítas, no século XVI. Na Sé de Évora, maravilhe-se com a imponência do órgão de tubos japonês, um património nacional com séculos de história e que foi tocado pelos primeiros príncipes que vieram do Japão para a Europa.

Numa viagem aos arquipélagos portugueses, considere uma passagem pelo Jardim Botânico José do Canto, em Ponta Delgada, nos Açores, para admirar as espécies botânicas japonesas, como o mirtilo-japonês e a gingko biloba, que também refletem a troca botânica entre as culturas oriental e ocidental ao longo dos séculos. Por sua vez, na Madeira, no Jardim Tropical Monte Palace, no Funchal, encontra o painel “A Aventura dos Portugueses no Japão”, composto por 166 azulejos que contam a história deste intercâmbio comercial entre as nações. Deixe-se envolver pela vegetação exótica, os bambus e as estátuas budistas em pedra.


Jardim Tropical Monte Palace ©Rumman Amin - Unsplash

Se deseja vivenciar ainda mais o espírito japonês em Portugal, participe nalguns dos mais icónicos eventos anuais que celebram a cultura a rigor e que atraem fãs de todas as idades. O Amadora BD, embora focado em banda desenhada, destaca-se pela presença de manga e anime. Por sua vez, o Iberanime, que se realiza em Matosinhos, é um evento dedicado exclusivamente à cultura japonesa, com concursos de cosplay, workshops e áreas temáticas sobre anime e tradições nipónicas. Já a Comic Con Portugal, em que a cultura pop se mostra e destaca, poderá apreciar anime e manga, entre as muitas atrações.

Como se vê, a história das relações entre Portugal e o Japão manifesta-se em diversos espaços culturais e naturais. Em Osaka, no Pavilhão de Portugal, terá igualmente uma oportunidade única de explorar e compreender esta ligação entre os dois países.


Rota dos Vinhos do Tejo

A região onde se produzem os “Vinhos do Tejo” é uma vasta área atravessada pelo rio que lhe dá o nome. Muitos tons de verde marcam a paisagem e refletem-se no grande lençol de água que ciclicamente se expande para lá das margens, tornando mais férteis os campos em redor.

Ao percorrer o território, o Rio Tejo influencia o clima e os terrenos agrícolas, criando condições para o crescimento das vinhas em três terroirs distintos. A noroeste, entre o Vale do Tejo e os contrafortes das serras de Candeeiros e Montejunto, o “bairro” é uma área ideal para cultivar as castas tintas. Nas extensas planícies junto ao rio, sujeitas a inundações periódicas, o “campo” é a zona de excelência para a produção de vinhos brancos. Mais a sul, na margem esquerda, a “charneca” possui solos arenosos onde se produzem tanto vinhos tintos como brancos. A variedade de néctares da região é ainda completada pelos rosés, espumantes, frisantes e vinhos licorosos, em que são utilizadas castas como Fernão Pires, Arinto, Chardonnay e Sauvignon.

Vinhos do Tejo
Vinhos do Tejo @ Gonçalo Villaverde 

Pensa-se que a produção vinícola no Ribatejo remonte a épocas muito antigas, talvez a 2.000 a.C. Certo é que a região já era referida como produtora de vinhos no foral concedido a Santarém, em 1170, por D. Afonso Henriques, 1º Rei de Portugal (algumas décadas depois da fundação de Portugal, em 1143). Datam do séc. XII alguns dos monumentos mais importantes da região como o castelo e convento de Cristo de Tomar e os castelos de Santarém, Abrantes ou Torres Novas, os quais tiveram um papel preponderante na formação de Portugal e da nacionalidade. A riqueza do património histórico atravessa vários séculos e estilos com destaque para o gótico em Santarém.

Convento de Cristo
Convento de Cristo © Shutterstok_kelifamily

A produção de vinhos nem sempre foi constante, tendo tido um grande impulso nas últimas décadas do século XX com o reconhecimento oficial que permitiu que as garrafas ostentassem as designações DOC (denominação de Origem controlada) ou IGP (indicação geográfica de proveniência).

Vinhos do Tejo
Vinhos do Tejo @ Gonçalo Villaverde 

Para conhecer a essência da região e os seus vinhos sugere-se um passeio pela Estrada Nacional 118, designada por Tejo Wine Route 118. Ao longo de cerca de 150 km na margem esquerda do rio Tejo, atravessa 7 concelhos: Abrantes, Constância, Chamusca, Alpiarça, Almeirim, Salvaterra de Magos e Benavente. Podem-se visitar diversos produtores para provar e comprar vinhos ou conhecer vinhas e adegas. Nalguns casos, proporcionam refeições e alojamento, que convém reservar antecipadamente, de forma a garantir disponibilidade ao melhor preço.

Vinhos do Tejo
Vinhos do Tejo @ Gonçalo Villaverde 

Neste território de fortes tradições agrícolas e pecuárias, uma das atividades com maior destaque é a criação de cavalos e touros, celebrada em eventos como a Feira do Cavalo, na Golegã, ou a Feira da Agricultura, em Santarém. A Arte Equestre tem tradições enraizadas e a equitação ou os passeios a cavalo são atividades que se podem experimentar. Os passeios de barco são outra sugestão, para observação de aves ou simplesmente para apreciar as vistas deslumbrantes sobre o rio e conhecer as aldeias piscatórias “avieiras”, como Escaroupim ou Palhota.

Vinhos do Tejo
Rio Tejo @ Gonçalo Villaverde | Vinhos do Tejo

Nenhuma visita fica completa sem experimentar a saborosa gastronomia, em que se destacam pratos de carne e de peixe de rio. São acompanhados na perfeição pelos Vinhos do Tejo e complementados por doces deliciosos, como as Fatias de Tomar ou as Tigeladas de Abrantes.


Ferreira do Zêzere

Dedique uns dias a visitar Ferreira do Zêzere, para conhecer o património, histórias de Templários e dedicar-se às atividades ao ar livre na albufeira da Barragem de Castelo de Bode. 

O rio Zêzere e a localização estratégica proporcionaram as condições para que a região fosse habitada desde tempos longínquos, como se pode observar nos vestígios arqueológicos desde a Pré-História, inscrições romanas e toponímia árabe. No séc. XII, o primeiro rei de Portugal, D. Afonso Henriques, doa as Terras de Riba-Zêzere, à Ordem dos Templários. No séc. XVI, D. Manuel elevou Ferreira do Zêzere a vila.

Situada no território templário do Médio Tejo, entre o rio e uma grande mancha florestal, Ferreira do Zêzere é uma vila tranquila, em que se destacam algumas casas apalaçadas e a Igreja Matriz de São Miguel.

Na povoação de Areias, destaca-se a Igreja de Nossa Senhora da Graça, uma igreja de origem medieval mandada ampliar pelo rei D. Manuel no séc. XVI. A galilé na fachada está atribuída a João de Castilho, um dos artistas que trabalhou no Convento de Cristo em Tomar.

Um dos maiores pontos de interesse do concelho é a aldeia de Dornes, uma península idílica junto ao rio, com a sua curiosa torre pentagonal e o Santuário de Nossa Senhora do Pranto, um dos mais antigos destinos de romaria e de culto mariano. Foi mandado construir por D. Gonçalo de Sousa, Comendador da Comenda Mor da Ordem de Cristo, em 1453, sobre uma igreja do séc. XIII, cuja construção tinha sido ordenada pela Rainha D. Isabel de Aragão, esposa do rei D. Dinis. No exterior, ao lado da igreja, a singular Torre Templária, de forma pentagonal, destinada a ser posto de vigilância e defesa do território durante a Reconquista Cristã.

Quem gosta de atividades ao ar livre, pode desfrutar da albufeira da Barragem do Castelo de Bode, onde existem áreas de lazer e praias fluviais que convidam a um mergulho nos dias mais quentes. As piscinas flutuantes da Praia Fluvial da Castanheira são muito apreciadas e pode fazer ski aquático, windsurf, canoagem, remo, SUP ou wakeboard, com o apoio do Centro Náutico. Na Praia Fluvial de Dornes é possível fazer passeios de barco.

Na gastronomia regional, referência para a Sopa de Peixe à Moda de Ferreira do Zêzere, os Bifinhos no Chapéu, o Cabrito assado, o Lagostim e peixe do rio. Na doçaria, vale a pena saborear as tigeladas e os bolos regionais “Bons Maridos” e “Boas Esposas”.


Campo Maior

Situada no Alentejo, perto da fronteira, Campo Maior encontra-se no meio de uma vasta planície que se estende por mais de 50 quilómetros, que os Romanos terão designado por “Campus Major”. Hoje em dia, é uma localidade de ruas tranquilas e casas caiadas de branco, onde vive uma população acolhedora.

É esta população que, quando junta vontades, faz acontecer uma das festas mais originais do país, que por esse motivo é chamada de “Festa do Povo ou das Flores”. Este evento realiza-se apenas quando o povo decide juntar-se e produzir milhares de flores de papel para decorar com muita imaginação mais de uma centena de ruas. Reconhecendo a sua singularidade foi classificado pela UNESCO como património cultural imaterial da Humanidade. É um espetáculo de cor e alegria que atrai milhares de visitantes, mas que não tem data nem periodicidade certa (a última edição teve lugar em 2015). Pode-se ficar a conhecer as suas origens e história na Casa das Flores (o Centro Interpretativo das Festas do Povo) ou visitando Campo Maior em agosto por ocasião do evento “Jardim de Papel” que dá um vislumbre do que se pode experienciar nas Festas do Povo.

Casa das Flores
Casa das Flores 
© Câmara Municipal de Campo Maior

Há muito mais para conhecer em Campo Maior. O passeio pode começar pelo castelo, que terá sido fundado pelos mouros. Teve um papel importante na defesa do território nacional, dada a sua localização estratégica junto à fronteira, sendo uma das principais praças-fortes da região. Situado num ponto alto é um local privilegiado para apreciar a vista sobre a vila e a zona que a envolve e que se poderá ficar a conhecer melhor visitando o Centro Interpretativo da Fortificação Abaluartada, um espaço que evoca os momentos e personagens que marcaram a História da vila.

Castelo de Campo Maior
Castelo de Campo Maior © Câmara Municipal de Campo Maior

Apesar desta origem antiga, a maior parte dos edifícios do centro histórico é de fundação posterior ao século XVIII já que em 1732 uma explosão no paiol da Praça-forte destruiu cerca de dois terços da antiga vila medieval. Depois deste evento trágico, a vila reergueu-se e há diversos edifícios notáveis que vale a pena conhecer como a Igreja Matriz, maneirista, dedicada a Nossa Senhora da Expectação (séculos XVI-XVII), a Igreja de São João Baptista (séc XVIII), o Museu de Arte Sacra que possui uma vasta coleção recolhida em várias igrejas do concelho ou a singular Capela dos Ossos. Também merece visita a Casa-Museu Santa Beatriz da Silva dedicada à primeira santa portuguesa, nascida em Campo Maior e fundadora da Ordem da Imaculada Conceição.

Campo Maior
Campo Maior © Câmara Municipal de Campo Maior

Obrigatória é a visita ao Centro de Ciência do Café, instalado na maior torrefação da Península Ibérica onde se conta a história desta indústria no concelho, desde os tempos do contrabando até à atualidade. Nesta zona há outros produtos que se destacam, como o vinho, recomendando-se a visita à Adega Mayor, um edifício notável da autoria do arquiteto Siza Vieira, ou o azeite que é celebrado no Lagar Museu do Palácio Visconde de Olivã, um espaço que mostra as várias etapas da sua produção começando na apanha da azeitona até à sua transformação final.

Nas redondezas, a cerca de 10 kms de Campo Maior, situa-se a povoação de Ouguela cujo Castelo conserva as características de uma praça-forte fronteiriça e onde se podem visitar também a Casa do Governador e a Cisterna. Para momentos de lazer, nada como a albufeira do Caia situada a cerca de 5 km de Campo Maior. Este grande espelho de água, o maior do distrito de Portalegre, oferece excelentes condições para a prática de diversos desportos náuticos, ou simplesmente para relaxar com vistas deslumbrantes.


500 anos de Camões

Portugal, onde o amor e o mar são eternos

Embarque numa viagem que comemora os 500 anos do nascimento do célebre poeta Luís Vaz de Camões. Descubra o espírito intemporal do país, onde a tradição e mudança convivem em harmonia. Sinta a intensidade do amor e a vastidão do mar que inspiraram os versos de Camões.

Camões e o mar
Portugal é uma porta de entrada para o Atlântico, onde o mar é tão parte da vida como a própria terra. O ritmo das ondas, o horizonte e a brisa salgada foram as mesmas forças que inspiraram as obras de Camões. Em «Os Lusíadas», Luís de Camões descreveu a partida das naus portuguesas de Lisboa para a Índia, mas poderá sentir o mesmo espírito de descoberta noutros locais à beira-mar, como em Sagres, onde outrora os navegadores encaravam o desconhecido, ou em Sines, onde nasceu Vasco da Gama, figura histórica e personagem central do poema épico de Camões.

Tal como para os navegadores, Portugal oferece inúmeras oportunidades para os amantes da natureza e da aventura. Desde surfar nos vários spots de norte a sul do país, a velejar ao longo da costa portuguesa, existe uma forma de cada viajante viver esta relação entre Portugal com o mar, onde oceano não é apenas cenário; é uma presença, um lembrete do seu papel na construção da história.

Os caminhos do poeta
Para os amantes da literatura, Portugal oferece uma viagem no tempo, onde cada vila e cada monumento revela histórias e homenagens ao célebre poeta. Lisboa, onde Camões viveu e morreu, é o ponto de partida perfeito para uma jornada em busca das suas memórias.

No coração da cidade, há lugares como a Biblioteca Camões, situada no Largo do Calhariz, onde o nome do poeta é celebrado através de um acervo cultural que mantém viva a sua herança. No Miradouro de Santa Catarina, conhecido como Miradouro do Adamastor por causa da escultura do gigante personificando o Cabo das Tormentas que aí se encontra, é um símbolo das forças da natureza que Camões descreveu com tanto vigor. Muito próximo, no Largo Luís de Camões, ponto de encontro no charmoso bairro do Chiado, uma estátua presta homenagem ao poeta, imortalizando o seu contributo para a literatura portuguesa.

Na Baixa, ao caminhar pela Rua das Portas de Santo Antão, entre no Pátio do Tronco, onde Camões foi preso, lugar marcado por um painel de azulejos que o homenageia. Subindo a Calçada de Santana, encontrará a casa onde se crê que Camões tenha vivido os seus últimos dias, no nº 139.

A caminho do bairro de Belém, visite o Museu Nacional de Arte Antiga que abriga uma excecional coleção de arte portuguesa, incluindo pinturas, esculturas e artes decorativas dos períodos medieval e renascentista. Dedique algum tempo para apreciar as obras que retratam cenas dos «Lusíadas» e ganhe uma apreciação mais profunda das representações visuais do épico de Camões.

Em Belém, o Mosteiro dos Jerónimos é uma obra-prima arquitetónica e um símbolo das descobertas marítimas portuguesas. Construído em estilo manuelino, este Património Mundial da UNESCO está intimamente ligado à obra de Camões, «Os Lusíadas». Reserve um tempo para apreciar os detalhes na fachada e explore o seu belo interior, incluindo o túmulo de Luís de Camões e de Vasco da Gama.

A poucos passos do Mosteiro dos Jerónimos, encontra-se a icónica Torre de Belém que outrora guardava a entrada do porto da cidade. Este local testemunhou as partidas e chegadas de muitos dos navegadores mencionados em "Os Lusíadas". Suba até ao topo para desfrutar da vista panorâmica sobre o Rio Tejo e refletir sobre a importância histórica do passado marítimo de Portugal. Não deixe também de subir ao Padrão dos Descobrimentos, voltado para o Rio Tejo, que celebra as grandes figuras da era das viagens marítimas, onde Camões também está representado.

Embora Lisboa seja o local mais frequentemente apontado como a sua cidade natal, há quem defenda que Camões nasceu em Chaves. O roteiro camoniano desta cidade passa por vários locais de destaque histórico e cultural, incluindo a Praça de Camões, o Museu da Região Flaviense – instalado no Paço dos Duques de Bragança, preserva a história local e o possível legado do poeta na região – e a Torre de Menagem do antigo castelo medieval, um ponto de observação e memória que remete para o contexto histórico em que viveu e escreveu.

Acredita-se também que Camões tenha estudado em Coimbra, talvez no Mosteiro de Santa Cruz, onde se formaram alguns dos maiores pensadores da época. Coimbra, com o seu ambiente universitário, nas margens do Mondego, reflete o espírito de juventude e descoberta que marca os primeiros anos do poeta. Percorrer esta cidade é voltar ao tempo em que o poeta dava os primeiros passos na literatura e no pensamento.

A memória de Camões encontra-se ainda em vilas como Constância, onde dizem que terá vivido. Ao passear pelas ruas estreitas desta zona ribeirinha, sentirá que recuou no tempo, rodeado pelas mesmas paisagens e arquitetura que inspiraram os seus versos. Anualmente no dia 10 de Junho realizam-se as «Pomonas Camonianas», festas que retratam a época em que viveu o poeta, prestando-lhe homenagem. Visite o Jardim Horto de Camões, onde podemos encontrar 52 espécies botânicas referidas na obra lírica e nos «Lusíadas».

Ainda para os admiradores de «Os Lusíadas» e da história de Portugal, uma visita a Aljubarrota oferece uma viagem à essência do heroísmo português celebrado por Camões. Comece pelo CIBA – Centro de Interpretação da Batalha de Aljubarrota e siga para o Campo de Batalha, onde o poeta exalta o valor de D. Nuno Álvares Pereira. No centro de Aljubarrota, conheça a lenda da Padeira de Aljubarrota, uma figura de resistência que ecoa o espírito de liberdade e da coragem que perpassa a obra de Camões. Continue pelo Mosteiro da Batalha, erguido em homenagem à vitória de 1385, e explore o Museu para uma visão mais profunda do contexto histórico.

A 10 de junho, dia da sua morte em 1580, comemora-se o Dia de Camões, de Portugal e das Comunidades Portuguesas.

Na celebração dos 500 anos de Camões, descubra o legado de um poeta cujas palavras captaram a essência de ser português e floresceram ao longo dos séculos. Através dos livros e escritores, viva o espírito de um Portugal onde tradição e inovação coexistem e deixe que a obra do poeta seja o ponto de partida para a sua própria jornada de descoberta.


Spas e Termas de Portugal

Recuperação e relaxamento no outono

Programe uns dias de intervalo na sua rotina para descansar e cuidar de si, usufruindo do melhor que a natureza tem durante o outono.


Investir na sua saúde física e mental é essencial para o bem-estar geral. E em Portugal, as termas e os spas oferecem a oportunidade de descansar e de usufruir de terapias preventivas, se deseja repor energias e afastar o stress de cada dia. Com tratamentos que conjugam águas termais e os benefícios do mar, os centros de bem-estar espalhados por todo o país proporcionam momentos de puro descanso e de revitalização.

Talassoterapia: Os benefícios da água do mar
A talassoterapia, uma terapia de prevenção que utiliza a água do mar e outros elementos marinhos, como algas e lamas, é uma opção ideal para quem procura um tratamento relaxante e revitalizante. Associada ao oceano, a talassoterapia é especialmente eficaz para melhorar a circulação, fortalecer o sistema imunitário e desintoxicar o organismo. Deixe-se envolver pela sensação de repouso profundo que estes tratamentos proporcionam, enquanto usufrui das propriedades revigorantes do mar.

Os hotéis e spas localizados junto à costa portuguesa são perfeitos para desfrutar de tratamentos de talassoterapia. Em Sintra, na Praia Grande, desfrute de uma piscina de água salgada diretamente ligada ao oceano, ideal para uma experiência de rejuvenescimento. Nas Azenhas do Mar, pode mergulhar em piscinas naturais com vista para o Atlântico, onde a força do mar é aproveitada para tratamentos relaxantes e terapêuticos. Já na Costa do Estoril, tem tratamentos de talassoterapia de excelência, combinando o luxo e o conforto de um spa com os benefícios das águas do Atlântico. Viva uma experiência relaxante com vista privilegiada sobre o oceano, onde pode desfrutar de tratamentos de talassoterapia num ambiente único e tranquilo.

No Funchal, na Madeira, pode aproveitar os benefícios da talassoterapia enquanto contempla vistas panorâmicas sobre o mar, num arquipélago onde o oceano e a natureza se unem para proporcionar momentos de repouso e de renovação.

Relaxe nas águas termais do centro e do norte de Portugal
Portugal oferece uma ampla variedade de opções para quem procura cuidar de si. Aproveite o outono para fazer uma pausa em destinos onde as águas termais e os spas são protagonistas. No Centro de Portugal, pode explorar termas reconhecidas pelas suas propriedades curativas, como as Termas de São Pedro do Sul, as Caldas da Felgueira e as Termas do Luso. Estas estâncias termais oferecem programas terapêuticos completos, perfeitos para cuidar do corpo e relaxar em contacto com a natureza.

As termas no Porto e Norte combinam tratamentos de saúde com a beleza natural da região. As Termas de Chaves e as Termas de Pedras Salgadas são dois dos destinos mais procurados. As suas águas, com reconhecidas qualidades terapêuticas, são ideais para quem procura alívio para problemas reumáticos e respiratórios, enquanto desfruta da tranquilidade das paisagens montanhosas envolventes. Já as Termas de Vidago são conhecidas pelas águas mineromedicinais, ricas em bicarbonato e sódio, ideais para tratamentos digestivos, respiratórios e reumáticos. Por sua vez, as Termas do Gerês, localizadas em pleno Parque Nacional da Peneda-Gerês, oferecem uma experiência única, aliando tratamentos terapêuticos ao contacto direto com a natureza. Estas águas termais são conhecidas pelas suas propriedades anti-inflamatórias e relaxantes.

Planeie a sua próxima escapadinha
Está na hora de planear a sua próxima temporada dedicada ao bem-estar. Se procura relaxar, cuidar da sua saúde ou simplesmente fugir à rotina, Portugal oferece termas e spas para todos os gostos. Desde as águas termais até aos luxuosos spas junto ao mar, com programas de talassoterapia, há sempre uma opção para recuperar energias e desfrutar de momentos de paz.

Aproveite as maravilhas naturais de Portugal e faça uma pausa para cuidar de si. O bem-estar está ao seu alcance, em qualquer estação do ano.


Trilhos com estórias

Caminhadas rumo aos mistérios do país

A cultura popular e o imaginário de outros tempos também contam a história de Portugal. Entre lendas e tradições, o património imaterial das regiões revela segredos que se entrelaçam com a paisagem natural.

Nos vários percursos pedestres do país, as estórias passadas de geração em geração ganham vida e transformam cada passo numa verdadeira aventura. Descubra a aura mística de lugares onde a cultura e a natureza se encontram em harmonia.

A magia da lenda da Ponte do Arco, em Marco de Canaveses
A região do Porto e Norte é conhecida pelas suas paisagens montanhosas, rios e herança cultural. Comece por explorar a zona de Marco de Canaveses e o trilho das Aldeias e Margens do Rio Ovelha, um percurso pedestre circular que oferece vistas deslumbrantes sobre o vale do Rio Ovelha. O trilho passa por aldeias tradicionais, moinhos antigos e paisagens rurais, proporcionando um contacto direto com a história e a natureza locais. Com dificuldade moderada, este percurso é ideal para quem deseja explorar a beleza natural e o património cultural da região. Além disso, é possível visitar alguns monumentos que integram a Rota do Românico, como as Igreja de Santa Maria de Sobretâmega e de São Martinho de Soalhães, e a Ponte do Arco ou da Aliviada.

Fique a conhecer a lenda desta ponte, que conta a rivalidade entre São Gonçalo e o Diabo na construção da ponte. Enquanto o santo construía uma ponte sobre o Tâmega para ajudar a população, o Diabo erguia uma outra, superior em qualidade, na Aliviada, em grande medida movido pela vaidade. No entanto, a ponte mais resistente colapsou quando São Gonçalo desenhou uma cruz no ar. A partir desse momento, este local ficou associado a superstições, nomeadamente a estórias de fantasmas. 

No Fundão, pelas Aldeias do Xisto
Perto do Fundão, Barroca e Janeiro de Cima são duas Aldeias do Xisto que oferecem experiências autênticas no Centro de Portugal e uma oportunidade para conhecer de perto o seu património.

Em Barroca, explore a proximidade ao rio Zêzere, a zona de pinhal, os moinhos antigos e o Centro de Interpretação da Arte Pré-Histórica do Poço do Caldeirão. Uma vez em Janeiro de Cima, caminhe entre as casas de xisto, visite a Casa das Tecedeiras e aventure-se até à Praia Fluvial de Janeiro de Baixo. Estas aldeias proporcionam uma imersão na cultura, na fauna e flora locais e nos trilhos do Geopark Naturtejo. Os percursos variam de acordo com a estação do ano, com as cerejeiras em flor na primavera e as folhas caídas no outono a oferecerem diferentes experiências.

No Fundão, o sítio arqueológico da Torre dos Namorados, entre as cordilheiras das Serras da Gardunha e da Malcata, esconde uma lenda. Trata-se da história de um rei, agraciado pelos seus súbditos, e da sua bela filha, cobiçada por todos os homens da aldeia, mas nunca pedida em casamento. Um dia, dois jovens tiveram a coragem de pedir uma audiência ao monarca e expressarem o seu amor. Todavia, o rei queria tomar uma decisão justa e, por essa razão, lançou-lhes vários desafios – desde duelos à construção de torres –, que terminavam sempre empatados. A filha acabou por não casar com nenhum dos pretendentes, mas a Torre dos Namorados continua a simbolizar um amor que nunca se concretizou assim como o sentido de justiça desse rei, sendo, por isso, um ponto de interesse para os visitantes da região.

Entre dinossauros e lendas de mar em Sesimbra
A vila piscatória de Sesimbra, em Setúbal, destaca-se pela linha de praias, pela gastronomia marítima e ainda pelo Parque Natural da Serra da Arrábida. É também conhecida pela suposta lenda das Casas de Zimbra, que conta a história de um pescador da zona que, apanhado por uma tempestade, rogou à Nossa Senhora do Castelo por ajuda. Nesse momento, prometeu construir sete casas em sua honra se sobrevivesse. Milagrosamente, foi salvo e cumpriu a promessa, erguendo as casas que ficaram conhecidas como "Casas de Zimbra".

Um dos percursos pedestres mais interessantes da região atravessa o Monumento Natural de Pedra da Mua, localizado no Parque Natural da Serra da Arrábida, conhecido pelas impressionantes pegadas de dinossauros. Estas pegadas, preservadas em lajes calcárias, são um dos maiores registos de dinossauros saurópodes na Europa, oferecendo um vislumbre da vida pré-histórica. O local é um ponto de interesse para quem deseja explorar a riqueza paleontológica da região. Além da vista panorâmica sobre o Atlântico, este é um ponto de paragem para quem procura estar rodeado de tranquilidade. No Cabo Espichel, encontra-se o Santuário de Nossa Senhora do Cabo, um local histórico e religioso que atrai peregrinos e visitantes.

A origem de Odemira
Para quem gosta de caminhadas, o Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina é um local imperdível, sendo a Rota Vicentina uma das maiores rotas de Portugal. Esta rota une duas regiões: a s falésias impressionantes da costa atlântica e as paisagens tranquilas do interior do Alentejo e do Algarve, apresentando uma ampla variedade de trilhos; esta caminhada propõe a descoberta da diversidade natural, com Odemira a destacar-se como um dos pontos de referência desta aventura.

Na região de Odemira, a lenda do Pego das Pias é uma das histórias mais conhecidas, passada nas margens da Ribeira do Torgal, um afluente do rio Mira. Segundo a tradição oral, um agricultor prometeu um par de bois e uma grade de ouro a um santo em troca da cura da sua filha. Após a jovem recuperar, o pai quebrou a promessa, e a filha, ao ir beber água na ribeira, desapareceu misteriosamente, enfeitiçada. A lenda diz que a sua libertação só ocorrerá numa noite de São João, por alguém corajoso o suficiente para segurar os bois e a caixa encantada. Este conto, envolto na paisagem natural e rica fauna da região, continua a fascinar os visitantes que percorrem os trilhos de Odemira, um concelho que também convida a banhos na Praia Fluvial de Santa Clara.

A caça ao tesouro da moura encantada de Alcoutim
Alcoutim é o ponto de partida da Via Algarviana, uma rota pedestre de grandes dimensões, que percorre cerca de 300 km até ao Cabo de São Vicente. Esta jornada permite uma exploração detalhada do interior algarvio, passando por paisagens montanhosas, vales e aldeias. A Rota do Contrabandista integra a Via Algarviana, é composta por dois percursos pedestres circulares na zona de Alcoutim e convida a conhecer a história e as tradições locais, recordando a época em que o contrabando era uma prática comum na fronteira com Espanha. Já a Grande Rota do Guadiana, que atravessa a vila, segue o curso do rio Guadiana até Vila Real de Santo António e explora a fauna e flora ribeirinhas, bem como a herança cultural das comunidades. O interior do Algarve oferece uma variedade de lendas e percursos para aqueles que querem explorar mais do que a zona costeira.

Em Alcoutim, a lenda da Moura Encantada narra a história de uma bela moura que, durante a reconquista cristã, foi encantada pelo seu pai para proteger um tesouro no Castelo. Diz-se que a moura apareceu à meia-noite junto ao rio, penteando os seus longos cabelos dourados com um pente de ouro, esperando por alguém que quebrasse o encanto. Quem conseguisse libertá-la receberia o tesouro em troca. Esta estória é uma das muitas lendas que ainda fazem parte da tradição local, recordando o período em que o Algarve fazia parte do Al-Andalus árabe.



O caminho dos amores eternos em São Miguel
A Lagoa das Sete Cidades, na Ilha de São Miguel, é um dos locais verdejantes do arquipélago dos Açores. Esta lagoa é composta pela Lagoa Azul e pela Lagoa Verde, que se distinguem pelas duas cores, especialmente visíveis em dias soalheiros. O trilho que circunda a caldeira das Sete Cidades é uma experiência a usufruir para os apreciadores da biodiversidade e da história das nove ilhas dos Açores.

A lenda mais famosa do local fala de uma princesa de olhos azuis e de um pastor de olhos verdes que se apaixonaram. Devido à diferença de classes sociais, o pai da princesa proibiu o romance. No momento da despedida, as lágrimas da princesa formaram a Lagoa Azul e as do pastor a Lagoa Verde, simbolizando o amor impossível entre ambos. A beleza das lagoas, aliada a esta história de amor impossível, confere ao lugar uma aura mística. O percurso em torno da lagoa possibilita apreciar a paisagem vulcânica e a vegetação envolvente. Um dos pontos mais emblemáticos para contemplar toda esta vista é o miradouro da “Vista do Rei”.

A jornada mística da Barquinha Feiticeira
A Madeira, conhecida pelas suas paisagens panorâmicas e trilhos de trekking, oferece experiências tanto na montanha como no mar. A Levada das 25 Fontes, uma das caminhadas mais populares da ilha, atravessa a densa Floresta Laurissilva, classificada como património mundial pela UNESCO, e culmina numa impressionante série de cascatas. Este, que passa pelo concelho da Calheta, é uma porta de entrada para a natureza exótica do arquipélago.

Complementando a magia das montanhas, a Calheta é também palco da misteriosa lenda da Barquinha Feiticeira, que alude a uma figura feminina de extraordinária beleza, que navegava sozinha numa pequena barca, atraindo os pescadores com o seu canto melodioso. Fascinados, muitos se aventuravam a segui-la, mas nunca mais eram vistos. Alguns diziam que ela era uma feiticeira, outros acreditavam tratar-se de uma sereia. O mistério é, muitas vezes, relembrado nas histórias contadas pelos habitantes.

Portugal oferece uma combinação única de trilhos e de lendas que convidam a explorar a diversidade natural e o património do país. Esta incursão no imaginário popular enrique a viagem de quem se aventura pela magia que se descobre em cada detalhe paisagístico e arquitetónico.


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