Sugestões
Gastronomia do Algarve
Do mar vêm peixes e mariscos fresquíssimos, os principais ingredientes na cozinha algarvia. Juntam-se-lhes legumes e frutos a que o sol sublimou os sabores, e estão reunidos os elementos para uma experiência gastronómica que não vamos esquecer.
E podemos começar por aquilo que o oceano fornece. Pelo marisco: amêijoas, ostras, conquilhas e berbigões que cozinhados na chapa ou na frigideira são deliciosos. Uns perceves ao natural numa praia da costa vicentina, o arroz de lingueirão, a feijoada de búzios, o xerém de conquilhas e a açorda de marisco são outros exemplos de fazer crescer água na boca. Muito procurada é a famosa receita de amêijoas na cataplana, um dos pratos tradicionais mais apreciados, cujo segredo está na utilização deste recipiente de cobre, de origem árabe, que retém todo o sabor e aroma dos alimentos nele cozinhados. Para acentuar os paladares, não há melhor do que um pouco de sal das salinas da região, sobretudo a sua “nata” – a flor de sal. Para além dos muitos restaurantes onde se podem provar estas especialidades, no verão há festivais de marisco em Olhão e Faro, bem perto da Ria Formosa, onde ele é mais abundante.
Mas qualquer peixe fresco, grelhado lentamente no carvão à maneira dos pescadores pode ser um autêntico manjar dos deuses. E há outros pratos, como os carapaus alimados e a sardinha assada que se come em todo o lado, mas tem fama em Portimão. É deliciosa a pingar no pão ou acompanhada com uma salada montanheira, feita com tomate a que os orégãos acrescentam um gosto especial. Do bife ou da estupeta de atum de Tavira, ao polvo, que em Santa Luzia se aprecia de diversas formas - estufado em vinho, panado, grelhado, com arroz ou simplesmente assado no forno -, passando pelas deliciosas lulinhas e choquinhos, o Algarve é exímio nestes cardápios.
No barrocal, zona de transição entre a serra e a costa, a alimentação é diferente consumindo-se mais carnes, como a galinha cerejada, o cozido de grão, ou os enchidos que em São Brás de Alportel e em Querença têm honras de feira e festa. Aqui a agricultura é uma das atividades principais, e as árvores, que dão os frutos indispensáveis no fabrico de licores e doces tradicionais, acrescentam uma beleza singular aos campos quando estão em flor, sendo a amendoeira em fevereiro uma das imagens emblemáticas do Algarve.
Se a laranja se consome ao natural ou em sumo, as amêndoas, os figos e a alfarroba são usados na confeção dos doces tão apreciados. Como o dom rodrigo que se apresenta embrulhado em folhas de estanho coloridas, ou o morgado, usualmente enfeitado com motivos regionais e flor de amendoeira, e o maçapão, os bolinhos de massa dura de amêndoa que reproduzem os mais diversos frutos e legumes. E há outras especialidades a não perder como os figos cheios, ou os queijos e trufas de figo. Já a aguardente de medronho ou de figo e o licor de amêndoa amarga são excelentes digestivos no final de uma boa refeição.
De facto o melhor do Algarve serve-se à mesa. Numa simples esplanada de praia ou nos restaurantes mais requintados liderados por Chefs de gabarito mundial, é uma experiência a não perder, e a repetir muitas vezes!
Buçaco, Luso, Curia – um passeio na Bairrada
- apreciar a vista do miradouro da Cruz Alta na Serra do Buçaco
- visitar o Vale dos Fetos e a Fonte Fria
- seguir os trilhos da Mata Nacional
- beber água nas nascentes do Luso
- andar de gaivota no Lago do Parque Termal da Curia
- provar o Leitão assado
- fazer um brinde com espumante da Bairrada
Entre a majestosa floresta do Buçaco e as estâncias termais do Luso e da Curia, encontramos uma região que nos oferece tudo para nos tratarmos bem.
Começamos pela beleza das paisagens que tem como expoente a Serra do Buçaco, um sítio mágico, que no século XVI foi protegido por decreto papal e transformado em retiro monástico isolado do resto do mundo. Ainda hoje, espalhadas pela serra, se encontram as ermidas e capelas que formam a Via Sacra, e que podem ser visitadas seguindo um dos trilhos para descoberta da Mata Nacional. Mas há outros percursos e visitas guiadas que nos levam a conhecer árvores centenárias, muitos lagos e cruzeiros e em que vamos encontrar lugares que permanecerão na nossa memória como o Vale dos Fetos ou a Fonte Fria.
Outra imagem inesquecível será decerto a do Palace Hotel que emerge entre a vegetação frondosa. Em estilo neomanuelino, o palácio foi construído no final do séc. XIX para os últimos reis de Portugal ocupando parte do Convento de Santa Cruz, de que hoje ainda subsistem os claustros e algumas celas. É mais um lugar encantado neste ambiente propício ao romance e ao contacto com a natureza.
Bem perto, na vertente oeste da Serra do Buçaco, situam-se as Termas do Luso, cuja nascente fornece uma das águas minerais de mesa mais consumidas no país. A estância termal data do final do século XIX, embora as propriedades terapêuticas das águas já fossem conhecidas um século antes, e conserva os edifícios originais que aliados a um spa inovador a tornam um espaço privilegiado de bem-estar.
A cerca de 15 quilómetros, as Termas da Curia rivalizam na oferta de saúde e lazer. Aqui respira-se um ambiente da “Belle époque” evocado por construções das primeiras décadas do século XX. Para além do estabelecimento termal, não faltam hotéis com muito charme, um lago artificial com cerca de um quilómetro de perímetro, um circuito de manutenção e campos de ténis e golfe. Tudo pela vida saudável!
Para além das águas, os vinhos e a gastronomia dão fama a esta região designada por “Bairrada”. O leitão assado é a especialidade mais famosa e atrai muita gente que se desloca de propósito para o saborear. A acompanhá-lo os vinhos brancos, tintos ou espumantes que aqui se produzem são a escolha mais acertada. Se os quisermos conhecer melhor podemos visitar os Museus que lhe são dedicados como o Museu do Vinho da Bairrada e o Aliança Underground Museum, ou seguir a Rota da Bairrada para provas e compras nas caves e adegas dos produtores. Rematamos este passeio com um brinde aos prazeres da vida.
Prove Portugal
- tomar um café acompanhado dum pastel de nata ou de qualquer exemplar da pastelaria portuguesa
- provar as excelentes azeitonas portuguesas
- provar um simples peixe grelhado, temperado com azeite português
- deliciar-se com o excelente marisco português
- provar à sobremesa um dos muitos doces conventuais: arroz doce, leite creme, pão-de-ló, barriga de freira, papos de anjo, toucinho do céu e muitos outros
- provar a pera rocha do oeste, a maçã bravo de Esmolfe e a maçã de Alcobaça, a ameixa d’Elvas, as cerejas da Cova da Beira ou o ananás dos Açores. São todos frutos DOP
- provar um vinho verde ou um branco, frescos, em dias de calor
Portugal é um segredo bem guardado no que respeita à gastronomia. Que tem tudo para agradar aos paladares mais exigentes porque se baseia em produtos de genuína qualidade, cozinhados segundo receitas tradicionais ou de acordo com tendências mais inovadoras e inusitadas.
Podemos afirmar que a gastronomia portuguesa se estrutura em cinco ícones fundamentais.
Comecemos pelo peixe da nossa extensa costa atlântica, o melhor peixe do mundo, na opinião de conceituados chefs internacionais. O habitat e localização geomorfológica específica no Atlântico proporcionam-lhe condições únicas de nascimento e crescimento que o fazem adquirir um sabor e textura difíceis de igualar noutras paragens.
Os melhores peixes são pescados à linha e por métodos artesanais. Beneficiam depois de alta tecnologia no armazenamento e distribuição, o que os faz, juntamente com os mariscos, chegar nas melhores condições aos restaurantes de categoria superior da Europa e da América para serem confecionados pelos mais qualificados chefs mundiais. Que não dispõem, contudo, de outro ícone da cozinha portuguesa, a cataplana, um utensílio que faz as delícias de gourmets e de quem aprecia a convocação de todos os sentidos em volta da mesa.
O terceiro ícone da gastronomia portuguesa é o Vinho do Porto, considerado sumptuoso e sensual. São o solo, trabalhado pelo homem, e o sol que amadurece os frutos, que lhe conferem características únicas. Se nos lembrarmos que as uvas crescem na mais antiga região demarcada do mundo, classificada Património Mundial pela Unesco tal como as Caves de Gaia onde estes vinhos envelhecem, sorrimos ao perceber que a natureza e o homem souberam unir-se para criar um produto de exceção.
Falamos agora da doçaria portuguesa. Que faz dar louvores a Deus, tal como as antigas monjas enquanto preparavam receitas de açúcar, ovos e amêndoa na reclusão dos conventos. Também por isso e pelo equilíbrio entre sabor, cremosidade e estaladiço, temos outro ícone da gastronomia portuguesa que pode ser considerado um doce celestial: o pastel de nata!
O quinto ícone da gastronomia portuguesa reside no fator humano. São os nossos chefs, cada vez mais talentosos e premiados, que estão a revolucionar a riqueza da culinária portuguesa com criatividade, ousadia e bom gosto. Presentemente Portugal orgulha-se de poder contar com uma plêiade de chefs que praticam uma cozinha de grande nível, através de receitas seculares ou por caminhos menos percorridos que muitas vezes realçam o sabor e qualidade dos produtos locais.
Mas falta-nos falar ainda de vários outros produtos que também contribuem para distinguir o que se come em Portugal. As carnes DOP são provenientes de raças autóctones - o porco bísaro e o porco preto, a vitela Arouquesa, Maronesa, Mertolenga, Barrosã ou de Lafões, o cabrito do Barroso, charnequeiro ou transmontano, o borrego terrincho ou Bragançano – cujos produtores porfiam em manter o seu capital de sapidez e suculência. As frutas e legumes frescos estão na base da gastronomia portuguesa e das suas características mais mediterrânicas duma cozinha saudável, simples e variada. São o produto duma terra fértil, que está a saber converter-se a novos processo de produção biológica, amiga do homem e do ambiente. Para os temperar temos outro produto mediterrânico, um azeite puro e aromático que conquista mercados internacionais a cada dia que passa. Com ele temperamos o peixe, as sopas, as saladas, os queijos. Sim, os maravilhosos queijos serranos produzidos em Portugal, que o mundo ainda não descobriu. Cremosos, untuosos ou secos, são de cabra e de ovelha e fazem-nos igualmente bendizer os céus.
Para acompanhar tudo isto, temos outro segredo que começa agora a ser desvendado: os nossos excelentes vinhos de mesa. Fruto duma nova geração de enólogos e produtores e duma nova visão quanto à cultura da vinha, os vinhos portugueses são a bebida certa para acompanhar a refeição e temos sempre um vinho de grande qualidade conforme o local do país onde nos encontremos.
Agora só falta sentarmo-nos à mesa e brindar a uma experiência deliciosa.
À descoberta do barroco
Percorremos o país de norte a sul, com uma incursão aos arquipélagos da Madeira e Açores, para conhecer os fascinantes ícones que ilustram a “Idade de ouro” de Portugal.
Tendo chegado ao nosso país mais tarde do que ao resto da Europa, o barroco manifestou-se de forma diferente, mas sempre com grande pujança. Se nos exteriores é a espetacularidade e dimensão dos monumentos erguidos nos séculos XVII e XVIII que impressiona, os interiores surpreendem pela riqueza decorativa. Uma das suas principais características é a profusão de talha dourada e azulejos, mas também se expressa na escultura, na pintura, na cerâmica, na ourivesaria, no mobiliário ou nos têxteis.
Apresentamos quatro percursos para poder apreciar as características particulares deste estilo em cada região.
No Porto e Norte, partimos “Em Busca de Tesouros” para ver obras grandiosas em granito, com portais elaborados e interiores sumptuosos. E não falamos apenas de arquitetura religiosa, mas também dos solares, imponentes residências da antiga nobreza.
Estas casas apalaçadas encontram-se igualmente no Centro de Portugal, mas no passeio que propomos, os detalhes contam muito. “Dias de fausto e esplendor” leva-nos pelas cidades mais importantes da região para ver peças de escultura, pintura, ourivesaria, mobiliário, arte sacra e também chafarizes, jardins ou até uma fortaleza.
Já na região de Lisboa, fazemos “Um Passeio dourado”, a cor predominante no interior de tantas igrejas e palácios. Mas também poderemos ver o estilo barroco aplicado a meios de transporte, como os coches e as galeotas. Ou até no urbanismo – após o grande terramoto de Lisboa em 1755, a reconstrução da cidade foi planificada segundo uma estratégia iluminista.
E para ficarmos com uma ideia completa do país, viajamos até ao sul e ilhas. Alentejo, Algarve, Açores e Madeira possuem muitas “Preciosidades escondidas” que vale a pena descobrir. Por vezes são monumentos de fachadas austeras que guardam riquezas e obras-primas no interior. Outras vezes, igrejas e santuários em lugares recônditos que só por si valem uma deslocação.
Aventuremo-nos por Portugal, à descoberta do Barroco!
Marinas e Portos de recreio
Atracar em porto seguro está sempre ao alcance de quem navega ao longo da costa portuguesa. De norte a sul e nas ilhas da Madeira e Açores são muitas as marinas e portos de recreio equipados com todos os serviços para receber bem aqueles que chegam por mar.
Nos séculos XV e XVI foi no mar que os navegadores portugueses encontraram os caminhos que os levaram ao encontro de outras culturas em terras distantes, tendo sido os primeiros europeus a alcançar o Extremo Oriente ou o Brasil.
Hoje em dia, com um clima ameno e muito sol durante todo o ano, Portugal oferece excelentes condições para usufruir do oceano, navegando ou praticando os mais variados desportos náuticos, com a certeza de encontrar os apoios e equipamentos de que precisarmos em terra firme. Estes apoios estão disponíveis nas Marinas e Portos de recreio, muitas delas galardoadas com a Bandeira azul da Europa que certifica as excelentes condições disponibilizadas no que se refere à qualidade da água, gestão ambiental, segurança e serviços.
E se seguirmos a linha da costa de norte para sul, começamos por encontrar a Marina de Viana do Castelo, que junto à foz do Rio Lima é a porta de entrada para a verdejante região do Minho. Um pouco mais abaixo duas marinas – na Póvoa do Varzim, estância de veraneio muito concorrida, e em Leixões, a Marina Porto Atlântico que já está nas imediações da segunda maior cidade do país – o Porto. Mas quem se quiser aventurar para o interior, poderá escolher as marinas e docas do Rio Douro, na região onde se produz o famoso vinho do Porto, também ele um “navegador” pois chegou a todas as partes do mundo.
No Centro de Portugal, destaca-se o Farol da Barra, o mais alto do país e uma referência para os marinheiros. Mas também há vários locais para prender as amarras - no Carregal próximo de Ovar, na Torreira ou na Figueira da Foz, uma estância balnear cheia de charme e tradição. Mais a sul, a Nazaré e Peniche, que são famosas pelas artes piscatórias e pelas ondas que atraem surfistas de todo o mundo, também oferecem portos seguros.
Já na zona de Lisboa, quem chega por mar tem muitas opções, desde a linha do Estoril com a Marina de Cascais e o Porto de Recreio de Oeiras, à Marina do Parque das Nações no extremo oriental da cidade. Pelo meio as Docas – de Alcântara, Santo Amaro, Belém e Bom Sucesso - foram reconvertidas nos anos 90, tornando-se polos de animação noturna da cidade, com restaurantes, bares e discotecas que atraem muita gente.
Do outro lado do Rio Tejo, junto ao Parque Natural da Arrábida, o Porto de Recreio de Sesimbra é uma excelente base para passeios à descoberta de pequenas enseadas e praias desertas. Tal como a Doca das Fontaínhas em Setúbal ou a Marina de Troia, onde ao soltar amarras, facilmente encontramos golfinhos. Mais a sul, Sines serve de porto de escala para quem segue para o Algarve, já que está a meio caminho. E no interior do Alentejo, a Amieira Marina é o apoio com que podem contar aqueles que navegam no grande lago do Alqueva, onde até é possível alugar um barco-casa para descansar e passear.
Ao longo da costa algarvia sucedem-se os locais para aportar em segurança. Vilamoura, a marina mais antiga do país, fica na zona mais central e é um grande centro de animação. Mas de oeste para leste - Lagos, Portimão, Albufeira, Faro, Olhão, Tavira e Vila Real de Santo António têm outros portos e marinas que rivalizam em qualidade.
Em pleno Atlântico, nos arquipélagos da Madeira e dos Açores, importantes como escala na epopeia portuguesa do século XVI, as ligações marítimas são o principal transporte entre ilhas. Na Madeira, para além da Marina, o Funchal, cidade cosmopolita, possui um dos principais portos de cruzeiros do país e recebe iates e navios de todo o mundo. Mas na região há outros locais para aportar, por exemplo na Quinta do Lorde e na Ilha do Porto Santo, famosa pelo seu longo areal dourado.
Nos Açores, a Marina da Horta, um ícone para quem cruza o Atlântico, é bem conhecida dos “lobos do mar” que nas suas paredes deixam desenhos e pinturas, tornando-a uma das mais coloridas do planeta. E noutras ilhas, há outros lugares para lançar âncoras. Por exemplo na Terceira – em Angra e na Praia da Vitória - ou em São Miguel - em Ponta Delgada e em Vila Franca do Campo, onde podemos deixar o barco em segurança para, em terra firme, partir à descoberta da beleza deslumbrante destas ilhas mágicas.
Pico, a ilha montanha
Com 448 Km2 de superfície, a Ilha do Pico é a segunda maior do arquipélago e aquela onde se situa a mais alta montanha de Portugal, precisamente o Pico, que lhe deu o nome, com 2.351 m de altitude. Muitas vezes apelidada como Ilha Montanha, é um dos vértices das chamadas “ilhas do triângulo”, a que fica mais a sul do grupo central do arquipélago e apenas a 6 km do Faial.
O seu clima seco e quente em conjunção com a riqueza mineral dos solos de lava e a organização do terreno num impressionante mosaico de pedra negra - os “currais” - permitiu um crescente sucesso da cultura da vinha, com predomínio da casta verdelho. Aos poucos, o vinho e a aguardente tornam-se apreciados dentro e fora da ilha. Exportado para a Europa e para a América, o verdelho atinge fama internacional, e chega inclusivamente a marcar presença na mesa dos czares russos.
Os extensos campos de lava que marcam a paisagem da ilha, e que a população local denomina de “lajidos” ou “terras de biscoito” formam a Paisagem da Cultura da Vinha da Ilha do Pico, declarada Património da Humanidade da UNESCO em 2004. Destes merecem destaque os sítios do Lajido da Criação Velha e do Lajido de Santa Luzia.
Enquanto no chão de lava negra se destacam as “rilheiras”, sulcos deixados pelas rodas dos carros de bois que transportavam uvas e barris, nos portos e portinhos junto à beira-mar são os “rola-pipas”, encostas talhadas para facilitar o deslize das pipas até aos barcos, que ainda hoje representam esta atividade.
O imenso cone vulcânico da Montanha do Pico, o terceiro maior vulcão do Atlântico, impõe-se na paisagem da ilha. Na sua cratera principal aloja-se um cone de lava designado de Piquinho, no topo do qual fumarolas permanentes encarregam-se de lembrar a sua natureza vulcânica. A cerca de 1250 metros de altitude, onde se inicia a subida pedestre à Montanha, já se avista grande parte da ilha, bem como as vizinhas Faial e São Jorge. A subida até ao topo é cansativa, mas recompensada por panorâmicas fantásticas e únicas, que nos dias límpidos nos premeia adicionalmente com o vislumbre das ilhas Graciosa e Terceira.
É no Pico que encontramos um dos maiores tubos lávicos visitáveis do mundo, a Gruta das Torres, que se estende por cinco quilómetros embelezados por diversos tipos de estalactites e estalagmites lávicas e paredes estriadas.
Para os amantes do geoturismo, há outros locais obrigatórios de visita: as Furnas de Frei Matias, da Silveira e dos Montanheiros, bem como os Mistérios de Santa Luzia, Prainha e S. João – formados pela lava de erupções vulcânica que se verificaram no mar e que se uniram à ilha, e ainda os Arcos do Cachorro, impressionante aglomeração de lavas perfuradas por numerosos túneis e grutas por onde o mar passa em turbilhão.
Outras paragens são as Lagoas do Capitão, do Caiado e do Paul, e ainda o Miradouro da Terra Alta situado na estrada que circunda a ilha pelo Norte, de onde podemos observar a Ilha de São Jorge, bem como a paisagem que a riqueza florestal da Ilha do Pico nos oferece.
O Pico é uma terra de fortes tradições baleeiras. A sua área divide-se por 3 concelhos, Madalena, São Roque e Lajes e, tal como nas restantes ilhas dos Açores, o valor do seu património arquitetónico concentra-se, sobretudo, nas igrejas e ermidas existentes nas diferentes freguesias: a Igreja de Santa Maria Madalena, na Vila da Madalena, a de São Roque e o Convento e Igreja de São Pedro de Alcântara, em São Roque do Pico, a de Nossa Senhora da Conceição e Ermida de São Pedro, nas Lajes e tantas outras.
De destacar ainda o Museu do Pico, com os seus três pólos: o Museu dos Baleeiros, nas Lajes, o Museu da Indústria Baleeira, em São Roque, e o Museu do Vinho, na Madalena, locais obrigatórios de visita que retratam uma época importante da história do Pico. O Museu do Vinho ocupa as antigas instalações do Convento das Carmelitas, proporcionando visitas às vinhas, provas de vinho e, em Setembro, participação nas vindimas.
A ilha do Pico para além da sua riqueza natural oferece também um bom património gastronómico, muito baseado em pratos de peixe e marisco, de onde sobressaem as famosas Caldeiradas, o polvo guisado com vinho de cheiro, linguiça com inhame, molha de carne e os caldos de peixe. Afamados são também os seus figos, de interior vermelho vivo, o mel produzido com a flor do incenso e o Queijo do Pico – um queijo de leite de vaca de pasta mole (nomeadamente os de São João e do Arrife). Tudo regado, claro está, pelo Vinho Verdelho, ou pelos muito apreciados vinhos tintos e brancos da Ilha.
Terra de grande tradição baleeira, o Pico prima pelas variadas peças artesanais em osso e dente de baleia, bem como pelos chapéus de palha, as flores de escama de peixe e miniaturas em madeira dos botes baleeiros, tudo boas sugestões para levar como recordação.
Porto Top 10
Cidade de espírito cosmopolita, o Porto tem sido reconhecido internacionalmente como um destino a descobrir e é uma escolha preferencial para muitos turistas e viajantes. Em 2017, foi eleito Melhor Destino Europeu por turistas de todo o mundo.
Numa visita à cidade, há muitos motivos que estão no topo de todas as preferências. Por isso, num top 10 do Porto indicamos os principais pontos de interesse, na sua maioria situados no centro histórico, classificado Património Mundial pela Unesco.
1. Av. dos Aliados
É o eixo principal do centro histórico do Porto, coroado pelo edifício da Câmara Municipal e enquadrado pela zona comercial mais tradicional da cidade. Nas redondezas o Café Majestic é de visita obrigatória.
2. Sé Catedral
Além da igreja começada no séc. XII, vale a pena visitar os claustros, cobertos de azulejos. Do terreiro, onde fica o pelourinho e outros monumentos, é soberba a vista sobre o Douro e o casario das duas margens.
3. Ribeira
É um do mais atrativos bairros do Porto, onde se sente um ambiente castiço e popular. Aqui pode iniciar-se um cruzeiro pelo Douro.
4. Igreja de S. Francisco
Principal templo de construção gótica da cidade, o Interior barroco é totalmente revestido a talha dourada.
5. Palácio da Bolsa
Bonito edifício do séc. XIX onde se destaca, para além do famoso Salão Árabe, o Pátio das Nações e a cenográfica escadaria nobre.
6. Torre dos Clérigos
É um dos monumentos emblemáticos do Porto, da autoria de Nicolau Nasoni, o mais conceituado arquiteto do período barroco do norte de Portugal. Do alto, a vista sobre a cidade e o rio merecem a subida.
7. Livraria Lello
Conhecida pelas suas escadas inspiradoras, entre outras razões, é considerada uma das melhores e mais bonitas livrarias do mundo.
8. Casa da Música
A sua arrojada arquitetura assinada por Rem Koolhaas e a diversificada agenda musical fazem dela um ícone do Porto.
9. Serralves
Lugar dum extenso parque muito bem cuidado e agradável, um Museu de Arte Contemporânea riscado por Álvaro Siza Vieira e uma casa em estilo art deco que deu nome à Fundação.
10. Foz
Além das praias, é um local de lazer e esplanadas à beira-mar, com uma pérgola que lhe dá um encanto especial nas fotografias.
Rota dos Santuários Marianos
- visitar no Santuário de Fátima, a Basílica de Nossa Senhora do Rosário e a Capelinha das Aparições, mas também a mais recente Basílica da Santíssima Trindade
- visitar a Igreja de Santa Maria em Marco de Canaveses, de 1996, da autoria de Álvaro Siza Vieira
- visitar a Igreja da Madre de Deus, integrada no Museu Nacional do Azulejo, em Lisboa, de exuberante decoração barroca
- também em Lisboa, visitar a Igreja da Senhora do Monte, de onde se desfruta de uma fabulosa vista panorâmica sobre o Castelo e a Baixa da cidade
- visitar a igreja do Mosteiro de Nossa Senhora do Espinheiro, em Évora, hoje transformado em hotel, mas cuja igreja se mantém aberta ao público
Venerada de diversas formas ao longo dos tempos, a Virgem Maria, Mãe de Deus, é uma presença constante nas manifestações da religião católica em Portugal. Visitando templos que lhe são dedicados, podemos conhecer o fervor desta devoção.
Fátima, onde Nossa Senhora apareceu aos três pastorinhos em 1917, é sem dúvida o principal local de culto em Portugal e um dos principais santuários do culto mariano mundial. Desde então, e especialmente nos dias 13 de cada mês, este lugar de fé e de paz recebe peregrinações que atingem o expoente máximo em Maio e Outubro, quando multidões expressam a sua fé de um modo que a todos toca, sejamos crentes ou não.
Em Portugal, o culto a Nossa Senhora remonta à fundação da nacionalidade e deu origem a mosteiros, ermidas, igrejas ou santuários que são palco de celebração e festas concorridas. Por isso a maioria das catedrais em Portugal é dedicada a Santa Maria, como é o caso das Catedrais do Porto, Viseu, Lisboa, Évora e muitas, muitas outras.
Mas num percurso de norte para sul, podemos destacar desde logo a Igreja de Nossa Senhora da Agonia em Viana do Castelo, centro de uma das mais coloridas romarias de Portugal. Em Braga, a mais antiga Sé portuguesa é dedicada a Santa Maria, e ali perto temos manifestações de grande devoção no Santuário de Nossa Senhora do Sameiro, Igreja de Santa Maria de Falperra e no Santuário de Nossa Senhora da Abadia, em Santa Maria do Bouro, Amares. Já em Guimarães, vale a pena conhecer a Igreja de Nossa Senhora da Oliveira e o Santuário de Nossa Senhora da Penha. Em Lamego, o Santuário de Nossa Senhora dos Remédios que domina a cidade no cimo de imponente escadório, é um dos mais célebres lugares de culto mariano por ocasião da sua grande romaria.
Santuário de Nossa Senhora da Abadia © Câmara Municipal de Amares / Moisés Soares
No Porto temos a catedral sob invocação de Nossa Senhor da Assunção, e em Coimbra, a Sé Velha, ou Igreja de Santa Maria, é mais uma igreja fortaleza associada ao modo românico e ao período da fundação de Portugal. Continuando para sul encontramos dois monumentos consagrados a Santa Maria que são Património Mundial: a cisterciense Abadia de Alcobaça, mandada construir pelo 1º rei de Portugal, e o verdadeiro compêndio de escultura em pedra que é o Mosteiro de Santa Maria da Vitória ou Mosteiro da Batalha, porque comemora a vitória numa batalha pela independência de Portugal. Ali perto fica a praia da Nazaré cuja Igreja de Nossa Senhora é objeto de outra concorrida romaria, associada a um conhecido milagre local.
Em Lisboa, há vários templos dedicados a Nossa Senhora, alguns de verdadeira devoção popular, como é o caso da Capela da Senhora da Saúde, no histórico bairro da Mouraria. Mas além da românica Sé Patriarcal, ou igreja de Santa Maria Maior, o mais importante é o Mosteiro dos Jerónimos, um dos mais impressivos monumentos da capital, classificado Património Mundial e cuja igreja está dedicada a Santa Maria de Belém. A sul de Lisboa, encontramos no Cabo Espichel o Santuário de Nossa Senhora do Cabo, sede duma importante romaria designada como Círio da Senhora do Cabo ou Círio Saloio.
Já no Alentejo, um dos maiores lugares de peregrinação é o Santuário de Nossa Senhora de Aires, perto de Viana do Alentejo, mas também o Santuário de Nossa Senhora da Conceição ou Solar da Padroeira, em Vila Viçosa, desde que, em 1646, D. João IV proclamou a imagem da Senhora da Conceição padroeira de Portugal.
Finalmente no Algarve, num percurso de invocação mariana são dignas de menção a Catedral de Santa Maria em Faro, a Igreja de Santa Maria do Castelo, em Tavira, e a Festa da Mãe Soberana, que se realiza em Loulé em honra de Nossa Senhora da Piedade.
Albufeira e as praias
Uma das estâncias balneares mais concorridas do Algarve pela animação e irreverência, Albufeira deve a sua fama às belíssimas praias e aos muitos bares e discotecas.
Mas vale a pena conhecer melhor esta cidade de casario branco. Fundada pelos Árabes, conserva as ruas estreitas e sinuosas, a descobrir num passeio de dia ou de noite já que a animação não pára. Os caminhos levam-nos à Praia do Túnel ou do Peneco no extenso areal enquadrado pela cidade, que forma um anfiteatro virado ao mar. Ao longo do areal o passeio marítimo abre perspetivas para outras vistas e é limitado a oeste pela Gruta do Xorino, onde os mouros se refugiaram no século XIII após a reconquista cristã da cidade.
Os barcos de pescadores, pintados de cores garridas, descansam na areia da sua faina diária. E nos bairros antigos das gentes do mar, um bar ou um restaurante espreitam a cada esquina. Aqui podemos saborear o marisco ou o peixe fresquíssimo, simplesmente grelhado ou na cataplana, a especialidade da região. Muito apreciado é também o franguinho assado com ou sem piripiri, que ganhou fama na Guia, a cerca de sete quilómetros.
Ou os doces - de amêndoa, figo e alfarroba… e ainda a aguardente de medronho ou o licor de amêndoa amarga. Estas delícias têm origem nas aldeias do interior. Se nos afastarmos um pouco do horizonte azul do mar, podemos apreciar o verde que salpica os campos com laranjeiras, amendoeiras ou figueiras. E podemos também descobrir testemunhos do passado como o Castelo de Paderne com grossas muralhas de taipa características das construções árabes.
Reaproximando-nos da costa devemos visitar ainda a Ermida de Nossa Senhora da Orada, cuja festa tem lugar a 14 de Agosto e inclui uma grandiosa procissão de barcos. Bem perto, fica a moderna Marina de Albufeira, que acolhe com excelentes infraestruturas todos os que chegam por mar.
Mas foram as praias que deram a Albufeira renome internacional. E todas são diferentes, cada uma com o seu encanto próprio. A variedade é grande e tem início a oeste na Praia dos Salgados com as suas dunas de areia branca. Sucedem-se areais emoldurados por rochedos esculpidos pela erosão como a Galé, Castelo, São Rafael ou Arrifes.
A cidade também tem praias – Pescadores, Túnel, Alemães e Inatel - acessíveis num curto passeio a pé. E a oferta continua na direção leste rivalizando em beleza e animação nas Praias da Oura, Santa Eulália, Maria Luísa e Olhos de Água que tem nascentes de água doce em pleno areal. O limite do concelho é marcado pelo longo areal da Praia da Falésia - quilómetros de praia limitados pela arriba que lhe deu nome que se declina em matizes dourados, acobreados e avermelhados. Uma imagem que ganha mais intensidade à luz do fim da tarde e que permanece na nossa memória.
Peniche
- fazer uma aula de surf
- assistir a uma prova do Campeonato Mundial de Surf
- atravessar a língua de areia até ao Baleal
- fazer uma caminhada revigorante na praia
- provar o marisco e o peixe grelhado
Peniche e o mar são indissociáveis. É um dos maiores portos de pesca tradicional de Portugal e um grande centro atlântico de atividades marítimo-turísticas.
Antes de chegar à praia, a visita de Peniche deverá incluir uma passagem pelo centro histórico. Para além do Santuário de Nossa Senhora dos Remédios, das Igrejas de São Pedro e da Misericórdia, destacamos o Forte de Peniche, construído no séc. XVI/XVII para a defesa da costa em cruzamento com o Forte da praia da Consolação e o forte na Ilha das Berlengas. Foi importante para a história de Portugal em vários momentos, mas importa referir que o seu contributo mais recente foi como prisão política durante o Estado Novo, em que aqui estiveram algumas das figuras públicas mais importantes da resistência ao regime. No interior, ficaremos a saber todo os pormenores pois é atualmente o Museu Municipal de Peniche.
Para além das artes da pesca que, naturalmente, sempre foram uma das fontes de rendimento da população, Peniche é também conhecida pela arte das rendas de bilros, que as mulheres se dedicaram a aperfeiçoar enquanto os homens andavam no mar.
O mar continua a ser um dos principais pontos de interesse e desenvolvimento e as praias de Peniche são muito apreciadas. Se as baías da Consolação e do Baleal proporcionam um bom resguardo para dias de praia em família, as ondas desta costa oeste, como as da Praia de Medão Grande, conhecida como Supertubos devido às suas grandes ondas de forma tubular, são muito procuradas por surfistas e bodyboarders de todo o mundo. Num concurso a nível nacional foi nomeada como uma das “7 Maravilhas de Portugal”. Juntamente com a Praia do Lagido, são o palco do grande campeonato mundial de surf Rip Curl Pro Portugal, uma prova que integra o World Surf League Tour.
A uma viagem de barco de distância fica a Ilha das Berlengas, Reserva Natural. As suas águas translúcidas são ideais para os mergulhadores que aqui encontram um reduto natural de fauna e flora marinha. O mar agitado e o isolamento da Ilha são também o mote para muitas histórias misteriosas de pescadores e de barcos afundados nesta costa.
Como não podia deixar de ser, o mar domina também as especialidades gastronómicas. Não se deve por isso deixar Peniche sem provar a caldeirada, o arroz de marisco ou a sardinha assada no carvão, sempre acompanhados dos vinhos da região Oeste. Para sobremesa, recomendam-se os doces de amêndoa, seja um “Amigo de Peniche” ou os biscoitos chamados “Esses”.